Irlam Rocha Lima
postado em 28/11/2019 06:15
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Há 50 anos, o Brasil tomou conhecimento de um genial bandolinista quando a extinta TV Tupi exibiu a performance de um adolescente baiano, chamado Armandinho Macedo, na final do programa A Grande Chance, apresentado por Flávio Cavalcante. Ao exibir precocemente sua arte, interpretando um pot-pourri de choro, valsa e frevo, o jovem instrumentista arrebatou os jurados e foi aplaudidíssimo pela plateia, que superlotava o Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Ao longo da carreira, Armandinho se destacou em várias frentes. Tomou para si o comando do Trio Elétrico de Dodô e Osmar, ícone do carnaval de Salvador; foi um dos fundadores da banda pop A Cor do Som, realizou projetos com uma infinidade de músicos brasileiros, lançou vários discos e mantém uma alentada agenda de shows, fazendo apresentações no Brasil e no exterior.
Em Brasília, ele toca com alguma frequência, principalmente nos projetos do Clube do Choro ; quase sempre acompanhado por seu grupo. No retorno à capital para participar do projeto em tributo a Jacob do Bandolim, ele sobe ao palco do Espaço Cultural do Choro nesta quinta-feira (28/11) e sexta-feira (29/11), às 21h, desta vez tendo a companhia do regional Choro Livre, formado por Fernando César (violão 7 cordas), George Costa (violão de 6 cordas), Márcio Marinho (cavaquinho) e Valério Xavier (pandeiro).
;Vamos fazer um show um tanto quanto retrospectivo da minha trajetória na música popular brasileira. Não faltarão, é claro, chorinhos clássicos de Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo, que aprendi a tocar com meu pai; músicas marcantes do Trio Elétrico Dodô e Osmar, da Cor e do CD Pop choro, que lancei pela Biscoito Fino;, anuncia. Sempre costumo incluir no repertório a minha versão de Bolero, de Ravel;, acrescenta.
A Cor do Som
Foi total o envolvimento do bandolinista e guitarrista baiano com o recém-lançado álbum comemorativo dos 40 anos de A Cor do Som, ao lado de Dadi Carvalho, Mu Carvalho, Gustavo Schroeter e Ary Dias, que tem a participação de Gilberto Gil, Djavan, Lulu Santos, Venturini, Samuel Rosa, Roupa Nova e da banda brasiliense Natiruts. Um dos destaques do disco é Zanzibar, parceria de Armandinho com Fausto Nilo.
Outro lançamento recente do músico é BAS ; Brasil Afro Sinfônico, disco gravado com percussionistas do Olodum da nova geração e da Orquestra Sinfônica de São Petersburg, da Rússia. ;Faço solos de guitarra, acompanhado pela orquestra e os percussionistas do Olodum em peças clássicas, entre as quais Ave Maria (Schubert), Marcha Turca (Mozart), Quinta Sinfonia (Beethoven) e Bolero (Ravel);, destaca.
Incansável, Armandinho cuida da finalização do DVD que gravou com o bandolinista Hamilton de Holanda. ;Fizemos gravações tocando em locais paradisíacos da Bahia como Projeto Tamar, Praia do Forte, Reserva Imbassaí, Lagoa do Abaeté, Castelo Garcia D;Avila, Lagoa do Abaeté e Museu de Arte Moderna de Salvador, entre outros;, conta.
Sempre muito solicitado, o guitarrista fez um show em outubro último com o violonista Marcel Powell, no Teatro Rubi do Hotel a Bahia, em tributo a Baden Powell, que vai ser transformado no disco ao vivo. ;Foi um encontro muito bacana, em que fizemos duo, tocando afrossambas como Berimbau, Canto de Ossanha, além do Samba em prelúdio. O CD está em fase de mixagem e vamos lançar em breve;.
Quanto à apresentação ao lado do Choro Livre, Armandinho diz que está na maior expectativa. ;O Choro Livre, criado por meu amigo Reco do Bandolim, é formado por jovens músicos de muito talento, com profundo conhecimento do choro e de outros estilos musicais. Não sei se o Reco vai se juntar a nós no palco, mas gostaria muito;, frisa.
Armandinho Macedo e Choro Livre
Show nesta quinta-feira (28/11) e sexta-feira (29/11), às 21h, no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia para estudantes). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.