Diversão e Arte

4ª noite da Mostra Brasília BRB de Cinema é marcada por críticas ao governo

Nesta quinta-feira (28/11) foram exibidos seis curtas de realizadores do DF

Lucas Batista*
postado em 28/11/2019 22:13

[FOTO1]Em mais um dia de programação, a Mostra Brasília BRB de Cinema, categoria do 52; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro que celebra as produções brasilienses no Cine Brasília, foi marcada por muitas críticas e protestos nos discurso dos realizadores. "Não sabia se iria participar dessa edição, porque não tem sido confortável estar no festival, em meio a casos de censura. Não podemos normalizar esse comportamento autoritário", disse Maurício Chades, roteirista do curta-metragem de animação Cláudia e o Crocodilo, da diretora Raquel Piantino.

Além dessa produção, cinco outros curtas de temas diversos foram exibidos no quarto dia de mostra. Entre eles, o #SomosAmazônia, documentário sobre os riscos e tensões no Acre, que tem em seu território parte da floresta amazônica. "Gravar é difícil, no meio do mato é mais ainda", comentou o diretor João Inácio.

O terceiro curta da noite foi Ambulatório, também documentário, que retrata a vida de pessoas trans após passar pela transição. O filme reforça a importância do Ambulatório de Atenção Especializada às Pessoas Travestis e Transexuais do DF, localizado na 508/509 sul.

A diretora Júlia de Lannoy foi outra que criticou o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Adão Cândido. "O festival foi concebido de forma autoritária. Ficamos felizes que o secretário tenha assistido nosso filme e visto que o que é feito dentro da universidade pública não é balbúrdia."

A terra em que pisar trouxe para o público o retrato da desigualdade social. O curta mostra a vivência de pessoas sem moradia, que precisam invadir terrenos para ter onde viver. No palco, o cineasta Fáuston da Silva homenageou o ator Andrade Júnior, participante do filme e que faleceu em maio deste ano.

Outra homenagem ocorreu com o filme Luis Humberto - O olhar possível, um documentário com a rotina do fotógrafo Luis Humberto. O homenageado subiu ao palco, o que trouxe alegria para a platéia. Entre as divertidas falas, fez uma avaliação sobre a produção do curta. "Gostei muito, porque a construção do vídeo me fez criar uma amizade com a equipe."

Para fechar a mostra, a equipe de Véu de Amani, da diretora Renata Diniz, subiu ao palco. "Fico super feliz, porque vemos o cinema de Brasília despontando e vencendo prêmios, apesar do desmonte da cultura no Distrito Federal. Dá um aperto no peito quando vemos que o FAC (Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal) de 2019 não aconteceu", destacou. O filme de ficção conta a história de uma criança paquistanesa filha de refugiado no Brasil.

A Mostra Brasília BRB de Cinema se encerra nesta sexta-feira (29/11), às 18h com o último filme Ainda temos a imensidão da noite, de Gustavo Galvão.

*Estagiário sob a supervisão de Thays Martins e Ronayre Nunes

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