[FOTO1]
Os vencedores da 77; edição do Globo de Ouro só serão conhecidos em 5 de janeiro de 2020, mas o alvoroço anual já foi causado, na abertura da temporada das premiações. Diretores experientes, a inserção crescente das produtoras de material para streaming (particularmente a Netflix) e a lacuna de indicados negros compõem a análise da lista de candidatos, em 25 categorias que celebram cinema e televisão. Tem ainda o brasileiro Fernando Meirelles à frente da distinção do filme Dois Papas, em quatro categorias, e na corrida como melhor filme.
História de um casamento, filme da Netflix, obteve seis indicações, entre as quais as reservadas aos atores Adam Driver, Scarlett Johansson e Laura Dern (coadjuvante) e ao melhor filme. Noah Baumbach, o diretor do longa, é conhecido por sucessos como Frances Ha. Com investimento da mesma empresa de VoD, Dois Papas (em cartaz na cidade) traz atualidade numa imersão nos bastidores do catolicismo, com elogiadas interpretações de Jonathan Pryce e Anthony Hopkins.
Os prêmios votados pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood centraram foco em Coringa (que compete em direção, ator, filme e trilha sonora). Pesou portanto a presença magnética de Joaquin Phoenix. Na competição, também entrou O irlandês, um tour de force do diretor Martin Scorsese (indicado ao lado dos colegas Sam Mendes, Bong Joon Ho, Quentin Tarantino e Todd Phillips) valorizado pelos atores também indicados: Al Pacino e Joe Pesci.
Bastante valorizado, a revisão histórica de Tarantino Era uma vez em... Hollywood carregou indicações para filme, roteiro e para os atores Leonardo DiCaprio e Brad Pitt (coadjuvante). Filmes com carga bélica também formam destaque, na lista do Globo de Ouro: 1917, ambientado na Primeira Guerra é posicionado entre os melhores filmes. A comédia do neozelandês Taika Waititi Jojo Rabbit compete como filme e ainda rendeu vaga para o menino britânico Roman Griffin Davis (melhor ator), protagonista da trama de crise, quando um garoto vê um judeu escondido no pátio de casa.
Denúncias de assédio e abuso de poder tomam conta do conteúdo de títulos como O escândalo, com Charlize Theron e Margot Robbie (coadjuvante) entre as finalistas a melhor atriz. Jennifer Lopez, de As golpistas (sobre revanchismo liderado por strippers), ficou com uma das vagas a melhor coadjuvante. Na categoria de televisão, o exame de dois conglomerados de mídia marcaram presença entre as séries destacadas: Succession e The morning show (da Apple TV%2b), esse estrelado por Reese Witherspoon e Jennifer Aniston. A derrapada maior das indicações ficou na lacuna para atores negros (em tevê): nenhum, entre 40 vagas. No mais, as categorias patinaram em mais do mesmo: Big little lies, The crown e a esperada menção a Chernobyl.
O Globo de Ouro marca dois retornos ao pódio: o ator e humorista Eddie Murphy (Meu nome é Dolemite, outro produto Netflix nas candidaturas de melhor filme e ator) e Renée Zellweger (intérprete de Judy Garland, em Judi: muito além do arco-íris).
Candidato forte a melhor filme musical ou comédia, Rocketman rendeu indicação para o ator Taron Egerton e ainda para a música original de Elton John I;m gonna love me again. Quanto à lista de filme estrangeiro, não houve posição para Karim A;nouz (o brasileiro de A vida invisível).
Já a coqueluche vinda da Coreia do Sul ; Parasita ; obteve menção para roteiro, direção e melhor filme estrangeiro. Disputará com um belo exemplar de Pedro Almodóvar, Dor e glória, que trouxe indicação a melhor ator para Antonio Banderas. A surpresa ficou para o despontar do título chinês The farewell, assinado pela diretora Lulu Wang, e que disparou a adoração pela atriz cômica Awkwafina (a mesma de Podres de ricos), novamente indicada.