Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Tantas palavras

SONETO DA CHUVA

Por ti esperei, quase desencantado noivo.

Rima rica, havias, sim, de chegar em tempo.

Marcha nupcial, compassos de tuas gotas,

Bailado das últimas folhas secas ao vento.


Realizada, pois, inteira fantasia, portanto,

Récita de louvores tantas vezes ensaiada.

Então, os dois, na hora do beijo, lágrimas,

Tanta a alegria pelo aguardado reencontro.


Agora, pois, que estás feliz e preparada,

Deixa-me servir-te, enquanto te derramas

No mesmo prazer, quase a não se traduzir


Do quanto te venero, quase um desespero,

Pois, tanto atraso dava-me medo de não vires.

Agora, é saborear o sabor de nossos sonhos.


Luiz Martins da Silva