postado em 10/12/2019 04:32
SONETO DA CHUVA
Por ti esperei, quase desencantado noivo.
Rima rica, havias, sim, de chegar em tempo.
Marcha nupcial, compassos de tuas gotas,
Bailado das últimas folhas secas ao vento.
Realizada, pois, inteira fantasia, portanto,
Récita de louvores tantas vezes ensaiada.
Então, os dois, na hora do beijo, lágrimas,
Tanta a alegria pelo aguardado reencontro.
Agora, pois, que estás feliz e preparada,
Deixa-me servir-te, enquanto te derramas
No mesmo prazer, quase a não se traduzir
Do quanto te venero, quase um desespero,
Pois, tanto atraso dava-me medo de não vires.
Agora, é saborear o sabor de nossos sonhos.
Luiz Martins da Silva