Agência Estado
postado em 11/12/2019 18:27
Membro da Cúpula Conservadora da Américas e secretária do Audiovisual desde 27 de novembro, Katiane Gouvêa foi exonerada do cargo nesta quarta-feira, 11. Em nota, o secretário especial da Cultura Roberto Alvim disse que decidiu demitir Katiane "ao tomar conhecimento de que ocorreram fatos em sua campanha eleitoral que, supostamente, podem configurar irregularidade".
A nota continua: "Até que esses fatos sejam devidamente esclarecidos pela autoridade competente, o secretário decidiu por bem, em nome da lisura da coisa pública, afastá-la de suas funções de imediato."
Na segunda-feira, 9, a pasta esteve no centro de uma polêmica envolvendo a exibição, para servidores da Ancine, de A Vida Invisível, filme de Karim Aïnouz que concorre a uma vaga no Oscar. Prevista para quinta-feira, a sessão teria sido vetada pela Secretaria de Gestão Interna. Por meio de sua assessoria, a Ancine disse que não ia se pronunciar.
Katiane esteve ainda ligada a um documento que, meses atrás, incentivou o presidente Bolsonaro a extinguir a Ancine (Agência Nacional de Cinema), especialmente graças à aprovação de projetos considerados absurdos, como o Born to Fashion, um reality que se propõe a revelar modelos trans. Ela esteve presente também em reuniões com o ministro Osmar Terra, da Cidadania, quando esse ministério cuidava de assuntos culturais. Ela se candidatou a deputada federal pelo PSD-PR, no ano passado, com o nome de Katiane da Seda (por conta de sua participação na Associação Brasileira de Seda), mas não foi eleita.
A decisão será publicada em edição extraordinária do Diário Oficial. Nesta quarta, Alvim também trocou a presidência do Iphan: saiu Kátia Santos Bogéa, no cargo desde 2016, e entrou a arquiteta Luciana Rocha Feres. Alvim também exonerou o secretário de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual da Secretaria Especial de Cultura, Maurício Carlos da Silva Braga, e nomeou para o cargo Marcos de Almeida Villaça Azevedo.