Diversão e Arte

Yamandu Costa faz show no Clube do Choro antes de partir para Portugal

Violonista vai ser mudar para Portugal por causa das turnês e da perseguição à cultura no Brasil

Irlam Rocha Lima
postado em 12/12/2019 06:30
[FOTO1]Um dos músicos brasileiros com maior presença em palcos internacionais, o violonista gaúcho Yamandu Costa esteve em 28 países na passagem pela América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e Oceania na temporada de 2019. É o show dessa turnê que faz nesta quinta (12/12) e nesta sexta (13/12), às 21h, em Brasília, no Espaço Cultural do Choro.
Nesse recital, o instrumentista ; sozinho em cena ; realiza uma espécie de retrospectiva dos 20 anos de carreira, exibindo o conhecido virtuosismo ao passear por gêneros musicais que foram importantes em sua formação como milonga, chamamé, folk, tango, choro, bossa nova e jazz. Alguns dos temas que ele vai mostrar estão registrados no Vento Sul, álbum solo lançado no primeiro semestre deste ano.
Mas ele costuma revisitar músicas registradas nos oito discos solo e nos 17 que gravou com outros grandes músicos brasileiros, entre eles Paulo Moura (El negro del blanco), Dominguinhos (Lado B), Hamilton de Holanda (Luz da aurora), Guto Wirti e Arthur Bonilla (Continente), Alessandeo Penezzi (Quebranto), Rogério Caetano e Renato Borghetti.
Com performances arrebatadoras em cena, Yamandu, como violonista e compositor não se enquadra em nenhuma corrente musical, embora tenha recebido influência de Radamés Gnatalli, Tom Jobim, Baden Powell, Raphael Rabello e, claro, da música folclórica do Sul, região do país da qual se origina.
Sem estabelecer barreiras e, ao contrário, indo além dos limites geográficos, esse artista talentoso tem construído pontes sonoras ao se tornar parceiro de importantes instrumentistas de outras nacionalidades, como o norte-americano Bob McFerrin o italiano Stefano Bollani, a israelita Anat Cohen, o francês Nicolas Krassin e os portugueses Antonio Zambujo e Carminho.
Em Portugal
Aliás, no próximo ano, Yamandu vai se radicar em Portugal. Ele revelou o que o levou a essa tomada de decisão. ;Hoje sou um quase cidadão do mundo, um músico que cumpre a maioria dos compromissos no exterior. Indo morar em Lisboa, a facilidade de me deslocar é maior. Mas, obviamente, outro fato determinante para isso é a maneira como a cultura brasileira vem sendo tratada pelos dirigentes do país, com perseguição à classe artística, o que me deixa com a autoestima afetada;.
O violonista se emociona ao falar sobre a homenagem que recebeu de Gilberto Gil, que compôs a música Yamandu e a incluiu no álbum Ok Ok Ok, lançado em 2018. ;Para mim foi uma grande emoção, uma honra imensa ter uma canção com o meu nome, composta por Gilberto Gil, um dos pilares da música popular brasileira. Eu tomei conhecimento por meio da Roberta Sá, que me enviou o vídeo;.
Detentor de vários prêmios, o instrumentista ultimamente tem se dedicado com entusiasmo a uma série sobre a história do violão, com registro num canal de YouTtube. ;Venho fazendo gravações de episódios por onde tenho passado, inclusive na Europa, Japão e no Uruguai, país em que estive por último. Em Brasília, o registro foi feito durante o Encontro Internacional do Choro;,
Yamandu recorreu à memória para lembrar de algo que, segundo ele, é marcante em sua trajetória. ;A primeira vez que me apresentei fora do Rio Grande do Sul, bem no início da careira, foi no Clube do Choro, convidado pelo bandolinista e guitarrista Armando Macedo, de quem me tornei amigo. Aqui obtive ótima acolhida do Reco do Bandolim e do pessoal da produção. Depois voltei várias e vezes.;
Yamandu Costa
Show solo do violonista nesta quinta (12/12) hoje e nesta sexta (13/12), às 21h, no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães). Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia para estudantes). Não recomenado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.

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