postado em 14/12/2019 04:44
Quando se trata desse tema, é impossível não falar dos maus-tratos (na verdade, tortura) que os patrões brasileiros impunham a seus cativos. Eram crueldades inimagináveis que escandalizavam os estrangeiros que nos visitavam. A tortura mais horrenda ; a de um escravo faminto que havia roubado açúcar - é descrita pelo holandês Dierick Ruiters, que esteve no começo do século XVII no Rio de Janeiro:
;Seu senhor, ao saber do ocorrido, mandou amarrá-lo de bruços a uma tábua e, em seguida, ordenou que um negro o surrasse com um chicote de couro. Seu corpo ficou, da cabeça aos pés, uma chaga aberta, e os lugares poupados pelo chicote forram lacerados à faca. Terminado o castigo, um outro negro derramou sobre suas feridas um pote contendo vinagre a sal;.
Escreveu o jesuíta Manuel Ribeiro da Rocha, que esteve na Bahia, em meados do século XVII: ;Há homens tão inumanos que o primeiro procedimento que têm com seus escravos e a primeira hospedagem que lhe fazem.. é mandá-los açoitar rigorosamente, sem mais causa que a vontade própria de o fazer assim (...) e o de serem temidos e respeitados;.