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Confira crítica de A ascensão Skywalker, fita que arremata a saga Star Wars

Personagens clássicos roubam a cena do novo filme de J.J. Abrams, ainda que haja peso para a batalhadora Rey

Ricardo Daehn
postado em 20/12/2019 15:03

Os sabres de luz, como sempre, são atração à parte, nas sequências de embate É do início que, simplificando, o episódio derradeiro de Star Wars deixa clara a velocidade das ações na tela: "Os mortos falam", estampa o letreiro de apresentação, explicando do ressurgimento do temido Palpatine (Ian McDiarmid, insuperável ; e apoiado por coro de teatro grego de Sith). A instauração da Ordem Final, que promete dizimar rebeldes, está em curso.

A grandiosidade do projeto que encerra três trilogias de filmes leva o diretor J.J. Abrams a atos desesperados: coloca um congestionamento de aeronaves (à la carrinhos de bate-bate); deixa a candidata a eremita Rey (Daisy Ridley) agir quase como descontrolada Fênix Negra; e dá corda para um dos beijos mais deploráveis do cinema. Escombros, estilhaços e tesouros inestimáveis compõem a trajetória do contrabandista regenerado (Poe Dameron, um personagem genioso e incoerente), do vilão desertor (Finn) e da catadora de lixo (a introspectiva Rey).

Com quê de O Senhor dos Anéis, Star Wars deposita muitas fichas em quesitos como localização de inimigos e descobertas de terrenos desconhecidos. Lembrando aspectos do Holocausto, que rementem a Inferno n; 17 (clássico das telas de 1953), a passagem Kijimi é visualmente impecável, mesma qualidade vista na desértica atmosfera de Pasaana.

A ação, galopante no filme, dignifica o desfecho. Entre voos arrasadores de Millennium Falcon e preciosidades como o ressurgimeto de histórica X-Wing, o novo Star Wars traz droides participativos como BB-8, D.O. e R2-D2 (impressiona, nele, a profundidade melancólica). Entre ações repletas de imprevistos (como a areia movediça e stormtroopers que voam, a exemplo de Boba Fett), os rebeldes avançam pela força, inteligência e vitalidade, na arena mitológica proposta pelo filme.

Num terreno em que dois generais (Poe e Finn ; num desperdício do ótimo John Boyega ) agem como paspalhos, o filme acerta em cheio ao explorar o núcleo duro de Star Wars: a velha guarda. Kylo Ren (Adam Driver, impassível), na trama, acumula o ar desnorteado, e traça um duelo mental, em mundos paralelos, bem convincente, no contato mente a mente com a heroína Rey.

Entre distrações, como o impagável C-3PO (preso a normas e lógica arcaica), J.J. Abrams arremata o embrulho de reconciliações entre Leia, Han Solo, Luke e Chewbacca. Rey não deixa o sabre de luz cair, e responde, em Kef Bir, ao lado de Kylo Ren por um dos mais espetaculares duelos de Star Wars. De modo emocionante, Leia é cirúrgica em intervir.

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