Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

2020: o cinema com presença feminina e esperanças de políticas públicas

Para os fãs pop, o Correio também levantou uma lista com os principais lançamentos de blockbusters para o próximo ano

[FOTO1]Falar do audiovisual com três cineastas mulheres da capital é uma mistura de expectativas entre a expansão da arte no país, surpresas positivas do cinema em 2019 e o pessimismo que a falta de apoio do governo inflige a essa fatia de profissionais.

A cineastas Daniela Marinho, com mais de 10 anos em atuação no audiovisual da capital, pontua que 2019 foi marcado, no cinema, por produções que citaram questões sociais, como Parasita (de Bong Joon Ho), Coringa (de Todd Phillips),Bacurau (de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho), Democracia em Vertigem (de Petra Costa) e Roma (de Alfonso Cuarón).

Já para 2020, a cineasta também apontou quatro produções como tendências: A Febre (de Maya Da-Rin) ; que já brilhou no Festival de Brasília ;, Retrato de uma Jovem em Chamas (de Céline Sciamma), Adoráveis Mulheres (de Greta Gerwin) e Os Miseráveis (de Ladj Ly).

Sobre o cinema nacional, Daniela traz a reflexão da evolução do audiovisual ; que bateu ainda em 2017 a meta prevista para 2020 de 150 filmes exibidos por ano ;, em detrimento do que ela aponta como ;desmantelamento das políticas públicas aplicadas até então;.

Segundo a cineasta, o próximo ano trará sim pontos positivos ao cinema nacional, como a maior projeção de diretoras mulheres, mas também é impossível ignorar o cenário de obstáculos que se monta no horizonte dessa arte: ;Ainda no próximo ano podemos celebrar produções nacionais nas telas, mas pelo que se observou no ano de 2019, é um enfraquecimento do audiovisual brasileiro como um todo, levando a consequências que serão sentidas já a partir de 2021. Talvez se sobreviva uma produção nacional independente, em número bem menor, mas focada para janelas internacionais;.

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Mais mulheres e cinema

Cibele Amaral, uma das diretoras da Aprocine (Associação de Produtores e Realizadores de Filmes de Longa Metragem de Brasília), comentou um pouco sobre as tendências cinematográficas no cinema em 2020: ;Já circulando por festivais internacionais, vejo que a tendência ainda são os filmes Art House, com fotografias muito realistas, ênfase nos personagens, e geralmente de baixo orçamento. Mas existe também uma ênfase em filmes engajados seja politicamente, seja socialmente. Questões de gênero (também) estão muito presentes;.

Ainda segundo a cineasta, entre os nomes nacionais que prometem brilhar no próximo ano, um espaço maior para as mulheres é uma das principais expectativas: ;As narrativas femininas devem ser mais levadas em consideração nos próximos anos. Ainda há um número pequeno de mulheres ocupando os espaços privilegiados no audiovisual. A mulher está mais presente nos curtas, nos documentários, nos filmes de baixo orçamento. E não há demérito nenhum, pelo contrário, mas é preciso que a mulher alcance também os projetos grandes;. Entre esses nomes está o da própria Cibele. Em 2020, a cineasta espera estrear dois longas nas telonas.

O cinema negro e diverso

Cineasta negra de Brasília, Edileuza Souza reconhece as dificuldades das políticas públicas em relação ao cinema nacional, entretanto, prefere manter a expectativa de que o audiovisual brasileira tenha ultrapassado qualquer limite ou dependência: ;Apesar de todas as iniciativas do presidente da república de acabar com a Ancine e consequentemente destruir o cinema nacional, vide a última ação de destruir o acervo dos cartazes da Ancine, acho que não é possível retroceder. O cinema nacional tem ganhado respeito mundo afora, basta destacarmos os diretores dos filmes: Meu amigo Fela (de Joel Zito Araújo), Marighela (de Wagner Moura), Temporada (de André Novais) e Bacurau (de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles).

Destacando as cineastas Melina Matsoukas, Wanuri Kahiu, Spike Lee e Barry Jenkins, Edileuza aposta na diversidade por trás câmeras como um ponto de ruptura para o cinema internacional no próximo ano: ;Neste sentido, espero que a principal tendência de 2020 seja um cinema que consolide a diversidade, as diferenças e a esperança de um mundo mais justo;.

Nacionalmente, Edileuza também destaca a maior diversidade das produções em 2019 e aposta ainda no fortalecimento de tal vertente em 2020: ;Sou uma diretora negra, e como tal, quero pensar os rumos e tendência do cinema negro brasileiro, pois em 2019 tivemos uma produção sem igual e eu poderia citar os 21 filmes exibidos na III Mostra Competitiva de Cinema Negro Adélia Sampaio, mas quero destacar três filmes: Sem asas (de Renata Martins), Negrume (de Diego Paulino) e Corações encouraçados (de Cintia Maria e Jamile Coelho). Esses filmes, embora sejam curtas, fizeram a diferença em 2019, estão tendo uma repercussão incrível nos festivais e mostras. Eles seguem para 2020 com a certeza de que precisamos empretecer e feminizar as nossas telas;.

De olho nos blockbusters

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Para os mais fãs do bom e velho cinema pop, a agenda de 2020 também segue apertada. Títulos que dão continuidade a grandes hits das telonas estão previstos para o próximo ano, tentando resgatar um público que já é cativo. Confira os principais blockbusters para 2020:

*Mulher-Maravilha 1984

*Avatar 2

*Sherlock Holmes 3

*Um lugar silencioso 2

*Aves de rapina

*Bad boys for life

*Legalmente loira 3

*Animais fantásticos e onde habitam 3

*The voyage of doctor Dolittle

*Godzilla Vs. Kong

*Malévola 2

*Velozes e furiosos 9

*Mulan