Diversão e Arte

Do jornalismo à poesia: Rodrigo Craveiro se esbalda no lirismo

Anseios, frustrações e incentivo de avó mobilizaram o autor Rodrigo Craveiro, empenhado na publicação de Versos e reversos

 

Um jornalista vive de transmitir informações. A palavra, portanto, é o seu principal instrumento, seja ela escrita ou falada. Com isso, a palavra para o jornalismo é majoritariamente referencial, uma explicação não ficcional de fatos que aconteceram e não foram romantizados. Rodrigo Craveiro, subeditor do Correio, vive e ganha a vida da palavra. No entanto, o lirismo também faz parte da linguagem do profissional. No fim de 2019, Rodrigo deixou as palavras fluírem para outro lado e lançou Versos e reversos, primeiro livro como poeta.

 

“A poesia, muitas vezes, é válvula de escape, contrapeso ao estilo mais formal e direto do jornalismo. Ao mesmo tempo, tanto no jornalismo quanto na poesia é possível exercitar a criatividade, seja nos versos, seja em um lead com uma pegada mais de literatura, menos formatado ou acadêmico”, explica o autor.

 

Saiba Mais

 

 

Versos e reversos é o resultado de um processo crescente de amor e união de Rodrigo Craveiro e a poesia. Fases e momentos da vida do escritor estão retratados de forma lírica em 100 poesias. “Escrevo poemas desde os 10 anos. São, pelo menos, mil. Houve um período de latência, em que mergulhei no jornalismo e deixei de lado a poesia. Há três anos, essa veia poética fluiu”, afirmou o poeta.

 

Tantas histórias para serem escolhidas para compor a obra deram certo trabalho ao autor. “Em relação à compilação, foi um trabalho árduo, de certa forma. Mas tinha alguns dos poemas preferidos, que não poderiam ficar de fora. Os temas do livro são variados, pois dialogam com sentimentos e momentos variados do autor.

 

 

 

“São resultados de inspirações e, muitas vezes, de vivências, de estados de espírito”, explica Rodrigo sobre de onde vêm as ideias que foram expressadas na publicação. O escritor também comentou sobre as origens sentimentais dessas inspirações: “Está conectada com sensações, desejos, frustrações, anseios”.


Dona Terezinha

 

O momento em que o escritor entrou pro mundo da poesia foi muito precoce e sempre com o apoio da família, principalmente da avó materna, dona Terezinha. “Quando Tancredo Neves morreu, fiz um poema no qual tentava expressar a dor da nação, na visão de um menino de 10 anos. Minha avó ficou comovida e me ajudou a enviar uma carta para a dona Risoleta Neves. Qual foi minha surpresa quando recebi uma mensagem de Risoleta, assinada a próprio punho, em que se dizia comovida com o meu gesto”, conta Rodrigo sobre a primeira experiência que teve com poesia.

 

A influência de dona Terezinha não parou na infância. Foi ela que descobriu a forma de possibilitar que o livro fosse publicado. “Eu nunca pensava em publicar um livro. Poesia era mais um hobby, uma forma de extravasar sentimentos e emoções. Até que ela soube de um projeto da Prefeitura de Goiânia, chamado Prosa e Verso, incentivando a publicação de autores estreantes e insistiu para que eu publicasse os poemas”, falou Rodrigo sobre a avó. O autor ainda completou sobre a insistência da matriarca em ver os poemas em um livro: “Foi engraçado, porque chegava a me telefonar várias vezes ao dia me questionando se havia compilado os textos”, completa.

 

* Estagiário sob supervisão de Igor Silveira. 

 

 

 

Versos e reversos 

Compilado de 100 poemas de Rodrigo Craveiro que permeiam os sentimentos e as inspirações de toda a vida do autor e jornalista Rodrigo Craveiro. Editora Prime, 103 páginas. Preço: R$ 30.