Correio Braziliense
postado em 13/01/2020 08:45
A paixão pelo skate e pela fotografia vem de berço. Além do nome, o fotógrafo Paulo Macedo, de 33 anos, herdou do pai o talento e o trabalho atrás das lentes e compartilha com os irmãos — um deles é Felipe Gustavo, da Seleção Brasileira de Skate — o amor pelas pranchas e rampas, nas quais anda desde os 12. Com o tempo, parece até natural unir as duas — Paulo atua como fotógrafo há 10 anos.
“Eu sou um cara muito criativo e fotojornalístico. Sou um contador de histórias dentro de composições”, define o fotógrafo radicado em Los Angeles, nos Estados Unidos. Andar de skate, inclusive, o ajuda a registrar o momento certo de cada manobra. É o que ele conta em entrevista ao Correio. Confira!
Entrevista // Paulo Macedo
Como surgiu o interesse pela fotografia?
Meu pai foi fotógrafo e trabalhava em gráfica, inclusive já trabalhou para o Correio. Desde pequeno, sempre gostei de fotos e revistas e colecionava fotos e figuras. Antes de morar nos Estados Unidos, cursava jornalismo, tive uma aula de fotografia e gostei. Logo no começo do curso, mudei para Los Angeles e trabalhei para comprar minha câmera. Mas era só por hobby, nunca pensei que seria profissão.
Você começou no skate, depois passou a fotografar. Como foi essa transição? Você concilia as duas coisas?
Por meio do skate, vim para os EUA e, hoje, trabalho com as maiores marcas do mundo. No começo, nunca quis tirar fotos de skate, sempre gostei muito de moda. Quando fui para a Europa, em 2010, tirei uma foto do meu irmão (Felipe Gustavo, integrante da Seleção Brasileira de Skate) que foi usada como anúncio. Na época, não existia Instagram, as redes sociais eram totalmente diferentes. Algumas revistas começaram a me procurar para enviar fotos e eu nem acreditava, porque aprendi a fotografar sozinho — havia feito um curso de estúdio fotográfico e o resto tinha sido por conta própria. Sempre fiz o que gosto, essa foi minha filosofia.
Além das fotografias de skate, você cobre moda, lifestyle... Quais as diferenças?
Faço trabalhos de moda e comerciais nos Estados Unidos. Muitos trabalhos vêm do Brasil para cá. O skate me abriu várias portas e, hoje em dia, é bem -visto na sociedade; agora, também, virou esporte olímpico. O bom da fotografia do skate é que posso trabalhar com vários cenários diferentes. Como uso muito a velocidade, me faz pensar muito rápido, porque não posso errar o clique. Isso me ajuda muito na moda, na forma de pensar e trabalhar na composição das fotos. Na moda, você pode repetir as poses. No skate, você não repete as manobras porque nunca vai ser igual à posição do atleta.
Quem te inspira na fotografia? E na vida?
Minha família e Deus são grandes inspirações, o motivo de eu estar vivo e ter a oportunidade de fazer o que gosto e poder contar história através de imagens. Mas algo que inspira na fotografia e na vida são as pessoas. Somos uma obra de arte feita de sentimentos, cada um pintado de forma diferente. Sentimentos e expressões falam muito sobre seres humanos. Gosto de mostrar muito nas fotos — não só no skate, mas também na moda — que sou um fotógrafo que gosta de retratar o mundo.
Qual foi a foto que mais gostou de fazer?
Toda foto tem uma história. Tem uma que registrei uma pessoa atravessando uma ponte na China e peguei oSsol atrás dela, como uma silhueta. Quando tiro fotos de campeonatos, sempre desce uma lágrima vendo momentos de felicidade ou de choro.
*Estagiária sob supervisão de Severino Francisco.
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