Diversão e Arte

Série da Amazon, Star Trek: Picard marca novo capítulo na franquia

A produção é mais um desdobramento da franquia e marca o retorno de Patrick Stewart à saga

Correio Braziliense
postado em 25/01/2020 08:57
Patrick Stewart volta à franquia para reviver o capitão Picard

Em meados dos anos 1960, a televisão viu nascer um dos grandes fenômenos da ficção científica. A história do capitão Kirk e da tripulação da USS Enterprise explorando novos mundos em busca de novas civilizações. A narrativa é a premissa da franquia Star Trek, que se popularizou no Brasil sob o título de Jornada nas Estrelas. Desde o término do seriado, em 1969 após três temporadas, Star Trek teve diversas versões. A saga deu origem a séries derivadas, como The animated series, The next generation, Deep space nine, Voyager, Enterprise e Discovery, sem falar nas adaptações cinematográficas, ao todo 13, sendo os três últimos da nova trilogia, protagonizada por Chris Pyne.

Desde sexta-feira (24/1), a franquia ganhou mais uma versão. É a série Star Trek: Picard, da Amazon Prime Vídeo
, que parte de um dos personagens clássicos da saga, o capitão Jean-Luc Picard, vivido pelo ator Patrick Stewart. A primeira temporada é formada por 10 episódios e se passa anos depois da última aparição do personagem em Star Trek: Nemesis (2002). Aqui, Picard vive em vinhedo na França longe da vida na Frota Estelar, tentando lidar com a morte do androide Data e com a destruição de Romulus, fato abordado na franquia nos mais recentes filmes da trilogia.

Saiba Mais

Porém  tudo muda quando a misteriosa Dahj (Isa Briones), que foi atacada e viu o namorado morrer, aparece procurando ajuda de Picard. Ela não sabe muito bem por que ele pode ajudá-la, mas mesmo assim encontra o ex-capitão da Enterprise, e uma relação entre os dois fica clara posteriormente. “O que podemos dizer é que acontece uma tragédia que a leva em uma jornada até Picard e na busca por pessoas para resolver esse conflito”, explica Isa Briones durante coletiva de imprensa de divulgação da série realizada no ano passado, em São Paulo.

A partir daí, a personagem acaba criando uma missão para o protagonista, que precisa entender toda uma conspiração envolvendo androides, romulanos e borgs, ao mesmo tempo em que tem que lidar com a própria culpa e frustração envolvendo a morte do melhor amigo Data e dos acontecimentos que prejudicaram as civilizações abordadas na história. Além de Picard, outros personagens da saga reaparecem na história, entre eles  Hugh the Borg, vivido pelo ator Jonathan Del Arco. “Criei esse personagens anos atrás, agora é uma nova experiência. Foi uma honra trabalhar de novo com Patrick Stewart. Agora viramos amigos”, conta o astro.

Apesar de parte das histórias já terem sido exploradas anteriormente em Star Trek, incluindo The next generation e a mais nova adaptação cinematográfica, a versão da Amazon Prime Vídeo tem novos personagens e toda uma nova narrativa. “O que temos é nova abordagem. Acho que Picard voltou para nos mostrar algo novo”, avalia Santiago Cabrera, que interpreta o personagem Cristobal Rios.

Em dezembro, parte do elenco esteve no Brasil para divulgar a série

Mesmo assim, a principal mensagem de Jornada nas Estrelas segue forte. “Star Trek é sobre diversidade, esperança, imigração. Nesse mundo de hoje, onde não há muito amor, nós precisamos muito disso. Acho que em Picard os personagens trabalham isso. Veremos muito sobre esperança e sobre a humanidade voltando às conversas”, explica Michelle Hurd, outra integrante do elenco, que vive a personagem Raffi Musiker.


Sucesso


Quase 54 anos do lançamento de Star Trek, a franquia continua a figurar entre as sagas com mais fãs fiéis. O número de versões estreadas ao longo dos anos mostra essa força. A militar da reserva Ana Maria Paes, 57 anos, é uma delas. Ela conheceu a saga há tanto tempo, que não consegue se lembrar do momento exato. “Lembro desde menina assistir Viagem ao fundo mar, Terra de Gigantes e Jornada nas Estrelas passava em alguma emissora e foi amor à primeira vista, mesmo! Lembro uma vez que fazia curso aos sábados e deixava programado o meu vídeo k7 para gravar o episódio, para que quando eu chegasse, pudesse assistir”, recorda ao fã.

Para ela, o encantamento com Star Trek se deve a muitos motivos, entre eles o fato de poder imaginar um futuro melhor. “A minha relação com a série é de poder imaginar um futuro em que o objetivo da humanidade é que não tenha mais guerra, fome, doenças, que nenhum ser humano passe pelo sofrimento das necessidades mais básicas”, conta. Como muitos admiradores, Ana assistiu a todos os capítulos de Star Trek. Entre os preferidos está exatamente a franquia com o capitão Picard. “Não sei o que esperar da série, mas, com certeza, será inovadora em tecnologia e nos problemas abordados”, diz ,e ainda faz um apelo: “Que está série traga uma personagem mulher com toda a complexidade que só nós mulheres temos”.

O jovem Alan Michel Alves Ramos, 25 anos, é outro fã de Star Trek. Ele conta que, na infância, quando tinha por volta de 8 anos, assistia às reprises na televisão. “Na época nem sabia o que era ficção científica, mas sei que a história me cativou. Pela primeira vez eu ouvia a voz de Spock”, lembra com encantamento. Assim como a maioria dos fãs da saga, ele afirma que o fato de abordar questões importantes do mundo real atreladas à ficção é o que o mais encanta na saga. “Querendo ou não, Star Trek foi uma das primeiras séries a abordar o problema do racismo, da possibilidade de aniquilação nuclear e do papel da tecnologia no futuro da humanidade”, completa.

Acompanhando atualmente Star Trek: Discovery, em exibição na Netflix, ele revela que também colocará Picard na sua lista. “As minhas expectativas são bastante positivas, principalmente porque a série deve abordar os eventos posteriores ao que aconteceu em Star Trek: Nemesis, com um capitão Picard mais maduro e cheio de dilemas. Pelo desenvolvimento do personagem, a série deve abordar uma atitude madura na franquia”, acrescenta.


Povo fala



Ana Maria Paes
57 anos, militar da reserva
“O que me encanta é a construção de um futuro para a humanidade, ir aonde nenhum homem já foi. A tecnologia é só uma fachada. As questões humanas nos levam a pensar. Acho que os fãs buscam um pouco disso”


Alan Michel Alves Ramos
25 anos, representante comercial
“Acredito que tem tantos fãs porque mexe com o imaginário dos nossos sonhos, do que esperamos para o futuro, de um mundo sem guerras e sem desigualdades, e que toda a humanidade esteja unida e evoluindo, dialogando com novas civilizações e ajudando sempre que possível. Para mim, Star Trek é um tratado sobre o que esperamos para humanidade”

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