Diversão e Arte

Incerteza marca início das atividades do Clube do Choro

Instituição fundamental para a música na cidade enfrenta dificuldades de manutenção

Uma das entidades culturais mais importantes de Brasília, o Clube do Choro inicia as atividades em 2020 sob o signo da incerteza. Sem qualquer tipo de incentivo, passa a desenvolver a programação de shows neste sábado. Paralelamente, começa na próxima segunda-feira o ano letivo da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello. 

“São grandes as dificuldades que temos de enfrentar para manter o Espaço Cultural do Choro funcionando semanalmente; e, ao mesmo tempo, oferecer aulas na Escola de Choro, para mil alunos matriculados, como se fosse um braço do estado brasileiro, na área da educação”, afirma Henrique Santos Filho, o Reco do Bandolim, presidente da instituição.

O dirigente diz-se apreensivo, pois já há algum tempo vem buscando apoio de órgãos governamentais e não tem obtido nenhuma resposta positiva. “Já estive na Petrobras, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica e no Banco de Brasília e de nenhum recebi qualquer promessa de patrocínio”, conta. “Estou na expectativa de um aceno, nesse sentido, vindo do governador Ibaneis Rocha, com quem estive recentemente. Ele disse que admira o que temos realizado no Clube do Choro e abriu uma perspectiva de apoio”, acrescenta.

Segundo Reco do Bandolim, com esforço ainda mais redobrado, decidiu manter o Clube do Choro em funcionamento com a realização neste ano do projeto intitulado Brasília 60 anos de choro. “Isso em respeito aos artistas brasilenses, que cada vez mais carecem de espaços para mostrar seu trabalho; e ao público, que se mantém fiel à nossa programação”, destaca.
 

Camerata Caipira


Quem abrirá o projeto no sábado, às 21h, é a Camerata Caipira, que tem ao seu lado o Trio Baru. Durante o show, será exibido no telão vídeoclipe de O abraço do tamanduá, uma das faixas do álbum Cadê o bicho que tava aquí?, lançado em 2019. A canção é de autoria da vocalista e percussionista Isabella Rovo, que integra o grupo ao lado de Victor Batista (voz e percussão), Bosco Oliveira (violão cordas), Nelson Latif (violão 7 cordas) e Sandro Alves (percussão).

“Desde a criação da Camerata, há oito anos, temos como proposta trabalhar com ritmos tradicionais da cultura popular brasileira, emoldurados em uma versão contemporânea, por meio de arranjos de cordas, vozes e percussão”, explica Rovo. “Simultaneamente, estamos abertos a experimentação sonora, que revela a diversidade musical brasileira, no sotaque de cada um dos integrantes”, acrescenta.

Parte da Camerata, o Trio Baru é que abre o show de sábado, tocando novos arranjos para Baião de Lacan (Guinga), Magoado (Dilermando Reis), Forrozim (Heraldo do Monte). Em seguida, o grupo se incorpora à Camerata, na interpretação de composições autorais registradas nos dois discos lançados, entre as quais Mato, Siriri e a citada O abraço da tamanduá, além do clássico brasiliense Juriti, de Paulo Tovar e Aldo Justo.

Brasília 60 anos de choro
Show de abertura do projeto com a Camerata Caipira e o Trio Baru, sábado, às 21h, no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental). Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia para estudantes). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.

Programação de fevereiro

Dia 1/2/2020: Camerata caipira e Trio Barú
Dia 4/2/2020: Boleros Inesquecíveis 
Dia 5/2/2020: Marcello Linhos e Armorial
Dia 6/2/2020: Alberto Salgado e Tiago Nunes
Dia 7/2/2020: Belchior – Tudo outra vez
Dia 9/2/2020: Sucessos do Rei com Marina Elali e Maestro Eduardo 
Dia 11/2/2020: Arrastão – Um canto Elis com Anahi
Dia 12/2/2020: Thais Siqueira
Dias 13 e 14/2/.2020: Orquestra de violões
Dia 18/2/2020: Mariano Júnior
Dia 19/2/2020: Sr. Gonzales e Orquestra em Baile de Máscaras