Diversão e Arte

Completando 15 anos, Coletivo Criolina comemora marca com festa

Coletivo Criolina deixou sua marca na cena local ao fomentar e promover a cultura na cidade de diferentes expressões estéticas

Correio Braziliense
postado em 01/02/2020 06:00
Necessidade de crescer: o coletivo hoje tem uma grande equipe com diversas funções
Uma festa. Uma ocupação de rua. Um festival de música brasileira. Uma banda. Um projeto infantil. Um programa de rádio. Um bloco de carnaval. Uma cervejaria. Tudo isso faz parte dos 15 anos do Coletivo Criolina, projeto que surgiu da inquietação dos DJs Barata, Pezão e Ops, que queriam fazer uma festa que trouxesse à tona a música brasileira. A primeira edição, já com esse nome, foi em 2005, no Calaf, no Setor Bancário Sul. Por lá, o trio ficou por quase 10 anos, local onde fidelizou um público e aprendeu muito sobre a cena brasiliense, bagagem importante para os vários braços que o coletivo foi ganhando ao longo dos anos até criar a Cervejaria Criolina, que também está de aniversário: a casa completa três anos, fomentando e promovendo a cultura em Brasília de diferentes formas.

“Sempre fomos muito amigos e, devido a essa inquietação e esse espírito empreendedor pulsante, sempre tivemos vontade de criar algo nosso”, lembra Barata. Assim surgiu a Cervejaria Criolina, local em que ele, Pezão e, agora, ao lado de Bakker — Ops deixou o coletivo nos últimos anos para seguir os projetos musicais — vendem mais do que cerveja, oferecem cultura. Semanalmente o espaço recebe shows, talks, debates, sessões de cinema, lançamentos de clipes, filmes e CDs e até residências teatrais.

Quando surgiu, o Criolina era formada por Barata, Pezão e Ops

Saiba Mais

O projeto é um desdobramento de uma trajetória dedicada à cultura local. Durante quase 10 anos, o coletivo movimentou às segundas em Brasília reunindo grande público no Calaf. Foi o trio que trouxe a hoje tão popular brasilidade às pistas de dança local. Incentivou novos artistas e produtores. Teve um papel fundamental na revitalização de locais como o Conic e fez parte do movimento do carnaval de rua da capital, que, atualmente, mobiliza centenas de pessoas. Levou a música popular e autoral brasileira para além do quadradinho, Brasil afora, e internacionalmente. Só para citar alguns dos feitos.

“Acho que a gente teve muito de encorajar as pessoas. Em 2005, não existia esse número de coletivos. A música brasileira e brasiliense não estava tão em primeiro plano. Foi um movimento geral, não só nosso aqui em Brasília, mas no Brasil começaram a surgir vários coletivos. Hoje somos a velha guarda e vemos que está surgindo um sangue novo”, avalia Barata. Para ele, o maior legado é dar espaço aos artistas locais, tanto no incentivo quanto literalmente, ao abrir as portas da Cervejaria Criolina, localizada no Setor de Oficinas Sul, para diferentes projetos e sendo uma opção em meio aos escassos espaços culturais.

“Acho que o primeiro ponto é porque estamos fora do centro careta da cidade. É muito difícil levar a cultura para o centro de Brasília. Temos locais fechados, como o Teatro Nacional, e ambientes caros. Na rua, você não consegue fazer nada. Não se pode colocar música no Plano Piloto por conta da difícil interação entre a área residencial e comercial. Então, escolhemos um espaço que não tem teoricamente vocação de ser um espaço cultural. Mas isso é uma tendência mundial. No mundo inteiro, as pessoas estão ocupando as zonas industriais. Fora isso, Brasília vai muito além do Plano. Estamos num local mais próximo de Taguatinga, do Guará, de todo o Entorno Sul. Ao me deslocar do centro, ganho essa oportunidade de fazer as pessoas felizes sem incomodar”, afirma Fábio Bakker, que se uniu ao coletivo no momento em que os produtores decidiram criar uma cerveja e, depois, a cervejaria.

Parceria


Atualmente, a Criolina é muito mais do que um trio. O coletivo, que contou com diferentes parceiros, tem uma grande equipe na cervejaria, desde técnicos de som até cozinheiros. O grupo entendeu que, mais do que fazer cultura, eles precisavam empreender e ampliar. “A alma do nosso negócio não é a cerveja, é a cultura. Mas o que permite o nosso negócio da cultura existir é a cerveja”, explica Bakker. “Não é só um lugar no qual  a gente sustenta as nossas famílias, abre possibilidade de viver de cultura de um meio honesto e de fomentar a cultura”, diz e acrescenta que o espaço só trabalha com cervejarias locais, além da produção própria.

Há três anos, Barata, Pezão e Bakker se juntaram para formar a Cervejaria Criolina

Por toda essa história com a cena brasiliense, essas duas marcas — os 15 anos de coletivo e três de Cervejaria Criolina — tinham que ser celebradas e, claro, com festa. O aniversário da Criolina é neste sábado (1º/2), a partir das 20h, no galpão. E com novidade: a criação da banda Criolina Beer Band, um grupo formado por músicos locais que foram parceiros do coletivo nessa estrada especialmente para o aniversário. “Resolvemos convidar artistas locais que passaram pela cervejaria e tentamos buscar diversidade”, afirma Barata. Assim nasceu o grupo composto por Samuel Motta (Muntchako), Vavá Afiouni (Passo Largo), Hélio Miranda (Rios Voadores) e Filipe Campos (Pupilla), que terá ainda participações especiais de nomes como João Pedreira e O Tarot. A próxima novidade é uma cerveja com título de Plural, ainda a ser lançada. “A cultura tem que ser plural, daí o nome”, completa Bakker.

Aniversário da Criolina
Cervejaria Criolina (SOF Sul, Qd. 1, Cj. B, Lt. 6). Sábado (1º/2), a partir das 20h. Show da Criolina Beer Band com participações e discotecagens dos DJs Pezão e Barata. Entrada a R$ 15 (lote promocional e meia-entrada). À venda em www.sympla.com.br. Não recomendado para menores de 18 anos.

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  • Primeira formação do Criolina
    Primeira formação do Criolina Foto: Philipe Nago/Divulgação
  • Barata, Pezão e Bakker
    Barata, Pezão e Bakker Foto: Mari Vass/Divulgação

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