Blocos do pré-carnaval de Brasília promovem a acessibilidade

Blocos que desfilam no pré-carnaval prometem levar às ruas muito mais que música e agito. Acessibilidade e desenvolvimento de ações sociais andarão lado a lado dos foliões

Correio Braziliense

postado em 09/02/2020 06:00

A diversidade e a inclusão dão o tom da folia em vários blocos que desfilarão no pré-carnaval no próximo fim de semana e na sexta-feira que antecede a festa de momo. De intérprete de Libras a sons alternativos, com mistura de batuques e música eletrônica, o que não faltará ao brasiliense é opção para se divertir o mês inteiro.

A mistura do house com o samba promete animar a sexta-feira de carnaval, em 21 de fevereiro. O Bloco do B.E.M. (Brazilian Electronic Music) chega à sexta edição com uma pegada alternativa para os brasilienses. No repertório, as várias vertentes do eletrônico harmonizadas com a música popular, em um mix de ritmos, batuques, tambores, timbres e sintetizadores.

Criada pela DJ e produtora cultural Thaisa Sabino, a proposta vai além da programação musical e propõe um engajamento social aos foliões. Durante o evento, os organizadores vão receber doações de alimentos, roupas, livros, sapatos e brinquedos que serão doados a uma instituição no Sol Nascente.

“A nossa ideia é dar espaço e palco para a diversidade, oportunidade para DJs e novos artistas de todo o Distrito Federal se apresentarem, e realizar ações positivas de transformação, como quando levamos as doações e promovemos os workshops de música eletrônica para comunidades em vulnerabilidade social”, explica Thaisa.

Essa é uma tradição do bloco, que já levou donativos também para a Amazônia. “Queremos fazer a diferença de alguma forma. O país está passando por uma crise muito séria e a gente sente essa necessidade de ser solidário.” A doação é espontânea e o ponto de recolhimento será no palco.

Além do eletrônico, o Bloco do B.E.M recebe a sambista Kika Ribeiro, que abrirá a festa com composições de sambistas conhecidos. A folia ainda conta com um time de DJs composto por Thaisa Sabino, Bruna Val, Salima, Guilherme Capanema aka KPA e Mixshell. “O nosso objetivo é divertir o candango que não viajou, com som diversificado para agradar a todos”, pontua Thaisa.

Pluralidade

Outro bloco que propõe uma iniciativa social e inclusiva é o Encosta que Cresce. Criado em 2015, vai oferecer ao público dois espaços de apoio à pessoa com necessidades especiais. “Teremos intérpretes de Libras e monitores para auxiliar os nossos foliões. Nosso bloco é plural, tivemos o cuidado de proporcionar acessibilidade para que todos possam se divertir da melhor forma possível”, afirma o idealizador e produtor cultural do evento, Edson Sertão.

De acordo com ele, este ano, toda a programação está voltada para oferecer aos foliões um ambiente confortável montado na Praça das Fontes, no Parque da Cidade. A ideia é repetir o sucesso do ano passado, com hits dançantes para não deixar ninguém parado. Entre as atrações confirmadas, estão Gisele Guedes e Banda e o DJ Cido Martins. A expectativa é reunir 70 mil foliões no próximo domingo.

Mais uma vez

No sábado, o quadradão do Cruzeiro Velho recebe a segunda edição do Samba da Mulher Bonita, idealizado por Kika Ribeiro. “A primeira edição me surpreendeu muito. Foi lindo. Várias famílias, crianças... Os brasilienses abraçaram muito o bloco e a expectativa para este ano é a melhor possível”, comenta a sambista.

No repertório, muito samba tradicional, além do forró e axé dos anos 1980 e 1990. A musicista Miriam Marques também marca presença com hits tocados ao vivo no trombone. A discotecagem fica a cargo da DJ Loly. No mesmo dia, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), o bloco Pauta na Rua anima os foliões com a bateria da Aruc e o grupo Samba Pra K. A festa começa às 16h30, com a banda Conexão Tropical.

E programação não falta. A Secretaria de Cultura informou que foram cadastrados 180 eventos carnavalescos, incluindo os de pré e pós-carnaval. A programação definitiva ainda está em construção e os dias e horários dos bloquinhos podem sofrer alterações.

Para o estudante Yago Medeiros Pimentel, 27 anos, não tem tempo ruim. “Brasília tem crescido muito em relação ao carnaval. Antigamente, era mais parado. Agora, temos várias opções. Quando estou animado, eu vou a muitos. No entanto, prefiro os bloquinhos mais alternativos, por conta da segurança, porque não tem confusão”, expõe ele, que frequenta as folias desde 2016.

Programação*

Neste domingo (9/2)

» Bloco do Amor, a partir das 14h, na Via S2

» Bloco System Safadow, a partir das 11h, na 206 Norte

» Bloco Eduardo & Mônica, a partir das 15h, no Estacionamento 4 do Parque da Cidade

*Sujeita a alterações