Correio Braziliense
postado em 09/02/2020 04:07
O ano de 2020 começou bem para o cinema brasileiro. Isso porque o terceiro filme da franquia Minha mãe é uma peça, lançado em 26 de dezembro, iniciou o novo ano batendo recordes. O longa-metragem, que acompanha a história da protagonista Dona Hermínia (Paulo Gustavo) e dos filhos Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier), bateu a marca de 9 milhões de espectadores, passando o segundo filme da saga, e está próximo de chegar aos 10 milhões.
Esse sucesso tem repercutido entre o elenco. O ator Rodrigo Pandolfo, 35 anos, faz questão de falar da importância da marca do filme, que está entre as bilheterias mais altas do cinema brasileiro. “Vivemos um momento de ataque, de censura à cultura. Fazer parte, neste momento, dessa obra tão popular e, ao mesmo tempo, tão singular, não tem preço. O sucesso do filme é para além da obra em si... Estamos falando da força do cinema brasileiro, da potência da nossa arte”, classifica em entrevista ao Correio.
Juliano é um dos papéis mais conhecidos da trajetória de Pandolfo. No terceiro filme, o personagem ganha mais nuances e maturidade. Se nos outros longas, Juliano ainda discute a sexualidade, no mais recente filme, ele aparece seguro de si. “Ele deixa de ser menino e torna-se um homem”, avalia o ator. Para o artista, esse aprofundamento dos personagens e a realidade passada na tela estão entre os aspectos que fazem a obra ser tão bem recebida pelo público: “É emocionante fazer parte de uma obra que comunica tão genuinamente, tão organicamente com o público. O sucesso do filme é resultado do feliz encontro de uma equipe muito afiada e talentosa”.
Ao Correio, Rodrigo Pandolfo faz análise de Minha mãe é uma peça 3, fala sobre a versão seriada da franquia e ainda adianta os futuros projetos da carreira, quando vai se dedicar mais ao teatro.
Você está nos cinemas com Minha mãe é uma peça 3, em que voltou a viver Juliano. Como foi retomar esse personagem tão emblemático na sua carreira?
Viver o Juliano é sempre gratificante. É um personagem muito querido pelo público e, naturalmente, tornou-se muito querido para mim também. No Minha mãe é uma peça 3, a responsabilidade foi ainda maior, pois se tornou instrumento para levar um casamento gay ao público brasileiro. Foi uma alegria imensa.
O filme tem uma exploração maior do Juliano. Como avalia essa evolução do personagem ao longo da trilogia?
O Juliano, assim como a Marcelina, vêm amadurecendo ao longo dessa trilogia e tem sido muito interessante viver todas essas etapas. No segundo filme, ele ainda está descobrindo a sexualidade, os desejos e o modo de lidar com a vida adulta. Agora, na terceira edição, ele aparece mais seguro, se casa e assume a responsabilidade de uma união mais estável. Deixa de ser menino e torna-se um homem.
Minha mãe é uma peça 3 tem batido diversos recordes. Como vê essa boa repercussão do filme que continua em cartaz, com bons números e boa crítica?
O sucesso da trilogia Minha mãe é uma peça é uma alegria imensa para todos nós, claro. Afinal, não se quebra um recorde de bilheteria a toda hora. É emocionante fazer parte de uma obra que comunica tão genuinamente, tão organicamente com o público. O sucesso do filme é resultado do feliz encontro de uma equipe muito afiada e talentosa.
Qual é a importância dessa força de Minha mãe é uma peça 3 para o cinema brasileiro?
Vivemos um momento de ataque, de censura à cultura. Fazer parte, neste momento, dessa obra tão popular e ao mesmo tempo tão singular, não tem preço. O sucesso do filme é para além da obra em si... Estamos falando da força do cinema brasileiro, da potência da nossa arte. Estamos falando de resistência, de educação cultural, que alia entretenimento e evolução de pensamento. Estamos falando de um marco muito importante para o nosso cinema.
Além do filme, Minha mãe é uma peça terá uma versão em série. O que pode contar sobre a sua participação no seriado?
Ainda não sei muita coisa sobre a série. Mas posso adiantar que haverá uma retrospectiva e que, na primeira temporada, Juliano e Marcelina serão crianças.
Nos últimos anos você se envolveu bastante com séries. Deve voltar a fazer esse tipo de produção?
Adoro fazer séries. Este formato está em alta, tem feito muito sucesso e, felizmente, o Brasil tem produzido muitas, sobretudo no streaming. Não tenho preferências, tratando-se do veículo de comunicação. O importante para mim é a qualidade do produto, seja ele um filme, uma série, uma novela ou uma peça.
Em 2020, você vai se dedicar ao teatro. O que pode contar sobre os projetos teatrais?
Neste primeiro semestre tenho dois projetos de teatro que estão por vir. Um deles assino a direção junto com o Pablo Sanábio. É um espetáculo sobre as doenças psicológicas modernas chamado ALASKA e deve estrear em São Paulo. No elenco está o ator Leonardo Brício e a atriz Louise D’Tuani. E vou atuar em outro espetáculo chamado Heróis que não aterrizam, um texto argentino brilhante, que conta a história de um jovem músico que sobrevive à Guerra das Malvinas e, de volta ao lar, tenta restabelecer a sanidade. Vou dividir a cena com a atriz Karen Coelho e a direção será do Rodrigo Portella.
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