Correio Braziliense
postado em 20/02/2020 08:02
Um leque variado de opções está aberto para as descobertas dos cinéfilos da cidade. No painel, pesam a opção por filmes com conteúdo político e realista (caso do drama Luta por justiça) e ainda a escolha do entretenimento descompromissado, como a promessa de Dolittle, comédia estrelada por Robert Downey Jr.
Em Luta por justiça, com Michael B. Jordan (Pantera Negra) e Jamie Foxx (Ray) no elenco, o diretor havaiano Destin Daniel Cretton comanda enredo no qual B. Jordan interpreta o advogado e ativista pelos direitos humanos Bryan Stevenson, sempre detido em causas de tribunais maculadas por preconceitos ou irregularidades. Baseado em livro de Stevenson chamado Just Mercy: a story of justice and redemption (editado há seis anos), o filme traça o perfil compromissado do advogado que, formado em Harvard, parte rumo a casos problemáticos instaurados no Alabama.
Contando com o apoio da advogada Eva Ansley (Brie Larson, premiada com o Oscar por O quarto de Jack), Stevenson embarca na defesa de Walter McMillian (Foxx), condenado à morte, em meados dos anos 1980, a partir da acusação do assassinato de uma jovem. No roteiro assinado por Cretton e Andrew Lanham (parceiros em O castelo de vidro), despontam manobras legais e políticas, além de racismo escancarado. Na pele de Minnie, a esposa de Walter, está a atriz Karan Kendrick, outro destaque do filme. Jamie Foxx concorreu ao prêmio do Sindicato dos Atores (SAG) pela participação na fita.
Diversão inusitada
Morto há mais de 70 anos, o escritor britânico Hugh Lofting segue abastecendo a chama do cinema, por meio de adaptações que recorrem à obra dele. Brotou da imaginação dele, o enredo que reúne um médico e uma legião de animais que conseguem a façanha de se comunicar com ele. Ao custo de US$ 175 milhões, o diretor Stephen Gaghan (de Syriana — A indústria do petróleo) conduz Dolittle, comédia estrelada por Robert Downey Jr.
Num plano que abraça possibilidades extraordinárias — em que objetos trazem poderes mágicos —, o filme mostra a epopeia do excêntrico Dr. John Dolittle, detentor de uma missão conferida pela adoentada Rainha Vitória. Depois de uma década de reclusão, dada a morte da esposa, Dolittle é acionado para buscar a lendária árvore do Éden, situada numa misteriosa ilha. Com incontáveis patos, girafas, papagaios e gorilas (entre várias outras espécies), Dolittle contará com o empenhado aprendiz Tommy Stubblim (Harry Collet, da série Casualty).
O filme causou polêmica por causa do conteúdo enojante relacionado a uma cena com um dragão, apresenta situações desconfortáveis na vida do homem que busca por superação: além de enfrentar um rival do passado, que atende por Blair Mudly (Michael Sheen), Dolittle padece da antipatia do sogro (Antonio Banderas), que o acusa pela morte da filha. Fazendo as vozes dos animais, destacam-se atores como Rami Malek, Marion Cotilard e Emma Thompson.
Mais animais
Há quase 30 anos, uma obra da literatura de Jack London cravou um sucesso nos cinemas, sob o título de Caninos brancos. Tratava da corrida do ouro, em fins do século 19, por áreas do Alasca. Retomando trama similar em vale canadense da mesma época, o diretor da animação Os Croods (2013) Chris Sanders buscou novamente, na obra de Jack London, inspiração para um filme da Disney (homônimo à obra) intitulado O chamado da floresta.
O astro do filme não é apenas Harrison Ford, que interpreta John Thorton, mas — acima dele — paira a imagem do cachorro Buck, levado à força para as imediações do rio Yukon, a fim de servir como condutor de um trenó. O chamado da floresta trata de períodos de adaptação, da vivência de Buck, em meio a lobos, e da experiência dele, numa sobrevivência dificultada pelo rigor do inverno e pela obrigação de empregar exagerada força na locomoção por ambiente inóspito. Com roteiro de Michael Green (de Logan e Blade Runner 2049), o longa conta com participações dos atores Bradley Whitford (o vilão de Corra!), Karen Gillan (a Nebula do universo Marvel) e de Omar Sy (astro francês de Chocolate).
Também embalado pela disputa por sobrevivência, um clássico da literatura dos irmãos Grimm ganha nova roupagem, com muito terror, em Maria e João: O conto das bruxas. Praticamente estreante em cinema, o roteirista Rob Hayes abraçou a criação de novas situações para o desenvolvimento do longa, todo rodado na Irlanda, sob a direção de Oz Perkins. O fio da meada, com direito a refúgio em chalé, a participação do caçador e de uma amável senhora que abrigará Maria (Sophia Lillis, de It: A Coisa) e João (Sammy Leakey) foi preservado.
Outros lançamentos
O jovem Ahmed
• De Luc e Jean-Pierre Dardenne. Jovem muçulmano morador da Bélgica terá que enfrentar as consequências de um ato incitado por familiares e por lideranças religiosas: ele mata uma professora de árabe da escola em que estuda.
As invisíveis
• De Louis-Julien Petit. Com Audrey Lamy e Corinne Masiero. Na comédia de sucesso dos cinemas franceses, uma porção de assistentes sociais tenta rearranjar a realidade, a fim de renovar as perspectivas de moradoras de um abrigo prestes a ser desativado.
Frankie
• De Ira Sachs. Com Isabelle Huppert e Marisa Tomei. Drama mostra o recolhimento de uma famosa atriz que busca Portugal com a meta de se aproximar de familiares, nos últimos dias de sua vida.
Os under undergrounds, o começo
• De Nelson Botter Jr. O personagem Heitor Villa-Lobos encontra inesperados parceiros musicais, depois de cair dentro de um bueiro e alcançar uma nova dimensão. Animação nacional.
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