Correio Braziliense
postado em 22/02/2020 06:30
Pretinho da Serrinha é o tradicional filho do samba. O cantor e compositor foi batizado como Ângelo Vitor Simplicio da Silva, no dia 30 de agosto de 1978, mas, em menos de 24 horas, ganhou o apelido que o consagrou como o artista que é hoje, derivado de um samba. “Ainda na maternidade minha prima chegou cantando a música A banda do Zé Pretinho, de Jorge Ben, que estava fazendo muito sucesso. Em poucos minutos, ela acabou com o lindo nome que minha madrinha pensou durante nove meses”, conta.
O cantor e compositor já gravou para consagrados artistas brasileiros como Zeca Pagodinho e Martinho da Vila e, outros internacionais, como Kanye West e Will.I.Am, do The Black Eyed Peas. E defende o samba com unhas e dentes, mesmo com a ascensão midiática do pagode. “O samba tradicional não está nas rádios, não está nos programas de televisão, mas está cada vez mais forte nas ruas, sendo cantado e tocado para o povo.”
Pretinho da Serrinha se orgulha muito do lado compositor, que rendeu sucessos como Mina do condomínio (conhecida na voz de Seu Jorge), e elegeu as três melhores composições da carreira, incluindo Maria Rita. “Burguesinha foi minha segunda música nas rádios do Brasil e o meu primeiro grande sucesso sendo a música do ano em 2010. A música Reza, gravada por mim e depois pela Maria Rita, virou um hino em 2 de fevereiro, dia de Iemanjá. E Felicidade, em parceria com Seu Jorge, Gabriel Moura e Leandro Fab.”
O samba acompanha o cantor desde a maternidade. E o carnaval faz parte da vida do artista desde a infância. Com nove anos teve o primeiro contato oficial com a folia e desfilou no Bloco Pena Vermelha de Madureira, no Rio de Janeiro. Um ano depois, era o diretor de bateria da escola de samba mirim Império do Futuro e Império Serrano. A união da festividade e do estilo musical bem brasileiros, que costumam andar juntos, trilharam a carreira de Ângelo Vitor. “O carnaval faz parte da minha formação musical. Antes de me tornar comentarista de carnaval da TV Globo, eu assistia todos os desfiles em casa e comentava com quem estava ao lado”, lembra Pretinho.
Apesar do trabalho como comentarista em rede nacional, o artista, criado na comunidade da Serrinha (Madureira – RJ), revela torcer pela escola de samba carioca Império Serrano, que atualmente está na Série A – uma espécie de segunda divisão, que dá acesso ao conhecido Grupo Especial. A espera é que a tradicional agremiação retorne para a elite carnavalesca com enredo que destaca a força feminina e homenageia Dona Ivone Lara. “Não anda muito bem mas vai fazer um desfile honrado. Esse ano tem eleição na escola e a minha esperança é que chegue alguém com amor pela escola e com condições de melhorar e trazer o Império Serrano para o lado das grandes, de onde a escola nunca deveria ter saído.”
Além dos desfiles tradicionais nos sambódromos, Pretinho também é entusiasta do carnaval de rua, feito para o povo, e pede mais recursos disponíveis para uma das maiores festas do povo brasileiro. “O carnaval de rua dá condições para todos curtirem a festa. As condições atuais do país filtram o público no sambódromo, assim como tem acontecido nos jogos da seleção brasileira e nos campeonatos regionais de futebol. É preciso muito investimento, não só no carnaval, mas na saúde, educação e outros setores. Só depois disso nós poderemos comemorar um carnaval com alegria e sem preocupação com o dia seguinte”, pontua.
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco.
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