Correio Braziliense
postado em 22/02/2020 04:08
O romance de formação
De Franco Moretti. Todavia, 416 páginas. R$ 74,90
• O autor analisa o surgimento, o auge e a decadência do que chama de romance de formação. Investigando autores e personagens do século de ouro da formação europeia, ele analisa questões que surgem com as transformações sociais geradas por grandes conflitos: a possibilidade de uma vida feliz e com sentido, a busca do equilíbrio entre liberdade individual e os constrangimentos sociais,
a adaptação aos ideais da “normalidade” e o
conflito de valores.
Os dias da crise
De Jerônimo Teixeira. Companhia das letras, 120 páginas. R$ 35,90.
• Em tempos de crise no espaço de trabalho, e diante dos protestos de 2013, o protagonista Alexandre precisa lidar com os desdobramentos desse contexto, inclusive em suas relações mais próximas, que se tornaram tensas e confusas. O personagem confronta as narrativas da pós-verdade, o ardor da defesa de opiniões que gera desavenças e rompimentos e as interpretações enviesadas de textos. Alexandre e os amigos mantêm, ou tentam manter, reuniões em que se dedicam a atacar valores sagrados. Mas quais valores são, hoje, sagrados? A ideia do livro é questionar ideais padronizados.
Formas de voltar para casa
De Alejandro Zambra, Tusquets da Planeta do Brasil. R$ 31,99
• O romance conta as memórias de um homem cuja infância foi vivida durante a ditadura de Augusto Pinochet, no Chile. Na busca por entender acontecimentos não muito claros de seu passado — e, quem sabe, encontrar ferramentas para finalizar um romance que está escrevendo no presente —, o protagonista retorna à infância, oscilando entre tempos marcados por dois grandes terremotos. O autor reflete sobre sua visão, enquanto criança, desses episódios graves.
Pronomes pessoais
De Rafael Martins Gregorio, Patuá. R$ 40.
• Segundo o autor, o livro de poesia Pronomes pessoais é “para ouvir com os olhos”. As referências artísticas do poeta vêm de Ziraldo, Clarice e Torquato. Além do mais, a musicalidade dos poemas está ancorada na experiência com músicas compostas para discos e shows com a banda Circo Motel e para a trilha do filme Raízes. Nos escritos, ele exibe “fragmentos intuitivos de uma rudimentar deslembrança poética”.
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