Correio Braziliense
postado em 22/02/2020 11:14
Em uma nova fase da carreira, Pupillom conhecido anteriormente por ser baterista do Nação Zumbi e integrante do movimento Manguebeat, voltou suas energias para a produção musical e lançou o álbum Orquestra Frevo do Mundo Vol.1. Uma homenagem e tentativa de alavancamento do frevo na cultura brasileira.Com o novo projeto, o produtor musical junta grandes nomes da história da música brasileira para regravações de frevos marcantes. “A ideia é transformar o frevo em um gênero pop que possa ser ouvido o ano inteiro, sem depender do carnaval”, afirma Pupillo. Com participação de Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, Tulipa Ruiz, Céu, Duda Beat, entre outros, o álbum tem oito faixas e foi lançado no início do mês de fevereiro.
O período de carnaval foi estratégico para o lançamento do primeiro volume do disco, aproveitando as movimentações no Brasil para uma das maiores festas do país e o momento em que o frevo recebe mais visibilidade anualmente. “A proposta é tirar o frevo do espaço apenas folclórico e passá-lo para o status de uma música que pode ser ouvida no dia a dia”, disse o produtor.
Entre as músicas regravadas estão A filha da Chiquita Bacana, na voz de Caetano Veloso e Céu, Bloco do prazer, interpretada por Duda Beat, e Frevo mulher, cantada por Tulipa Ruiz. Todas as canções têm o acompanhamento da Orquestra que dá nome ao disco. Pupillo montou o grupo trazendo referências do frevo tocado em Pernambuco e na Bahia. “As músicas foram escolhidas para representar a cultura dos dois estados. Usamos tanto os metais do frevo pernambucano quanto a guitarra baiana do frevo da Bahia”, pontuou o músico que rege os instrumentistas e também toca bateria nas apresentações.
As apresentações da Orquestra Frevo do Mundo serão feitas em blocos de carnaval — uma delas estava marcada para Brasília, no carnaval do GDF, no entanto, foi cancelada. A intenção do grupo é levar o frevo para fora do Nordeste. A principal performance será em São Paulo. “Gostaria de contribuir um pouco com o carnaval de São Paulo, eu vi a festa crescer aqui na cidade e se tornar algo relevante no país. Vamos sair mostrando um pouco do frevo para São Paulo, e não vamos nos ater apenas ao disco”, disse.
Carreira
Em 2018, tudo virou para Pupillo. Até então baterista do Nação Zumbi, o artista vivia inquieto e precisava buscar algo novo. Foi aí que decidiu sair da banda na qual atuava desde 1995 para se aventurar como produtor. Desde então, trabalhou na produção de discos de músicos como Erasmo Carlos, Gal Costa e a promessa do rap Edgar. “Para mim, o mais legal é poder trabalhar com diferentes gerações da música e perceber que o meu trabalho é fazer o disco com a cara do artista”, comenta o produtor, que já é colocado pela crítica musical como um forte nome para o futuro da música brasileira.
A trajetória de Pupillo não se ateve só ao Nação Zumbi, desde os 17 ele se apresentava pelo interior de Pernambuco. Tocou de tudo e ouviu de tudo e hoje, com 45 anos, vê que foi especial estar sempre imerso no ambiente musical. “É sempre um assunto recorrente comigo, como eu sou um fruto da minha juventude, quando decidi mergulhar de cabeça na música”. Por mais que não tenha sido toda a sua experiência musical, Nação Zumbi foi importante para tudo que se tornou. “Foi lá que encontrei minha turma, me formei como pessoa, me estabeleci como artista e aprendi a errar, acertar e mudar sempre.”, afirma Pupillo.
Orquestra Frevo do Mundo Volume 1
Orquestra Frevo do Mundo. Oito faixas. Disponível em todas as plataformas digitais
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