Diversão e Arte

Brasília representada

Entre as atrações dos oito dias de folia do Carnaval no Parque, artistas brasiliense se destacam e representam a música da capital federal

Correio Braziliense
postado em 23/02/2020 04:07
Adriana Samartini






Ao celebrar uma das festas mais populares do país, o Carnaval no Parque, na quarta edição, ampliou a programação. Além de mais um dia de pré-carnaval, o line up veio recheado com mais de 50 atrações. Em meio a nomes nacionais, ganham destaque e espaço artistas com sangue brasiliense.

Para a gerente de projetos da R2 Produções, empresa responsável pela folia, Nath Rezende, cada vez mais Brasília pode dizer que tem um bom carnaval. “Um carnaval com uma boa programação, com atrações nacionais e também locais. A gente não quer só falar de atrações de peso nacionais, mas também dos artistas daqui que fazem a festa”, afirma.

Ao todo, desde o dia em que a festa começou até o pós-carnaval, o CNP 2020 terá recebido 13 nomes da cidade. Até agora, passaram pelo palco principal da folia as bandas Mistura 61, Mulheres do Samba e Grupo Se Joga, além da cantora Adriana Samartini. A brasiliense, que foi batizada no carnaval de Salvador, levou para a estrutura montada no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson a alegria do axé, mas não deixou de lado os sucessos do brega funk e  ritmos nordestinos.

“É sensacional ver como os artistas daqui estão aparecendo na programação dos eventos, ganhando espaço. E os produtores estão incluindo esses nomes. As atrações da cidade ajudaram a criar o conceito da festa. A música de Brasília tem ganhado cada vez mais espaço lá fora, e isso é uma responsabilidade enorme. O trabalho está alcançando outros lugares e mostrando que Brasília não é essa imagem política, a gente é muito mais do que isso”, comenta a cantora.

Além de Samartini, outro nome que volta a aparecer no line up do Carnaval no Parque é o Grupo Se Joga. Pelo segundo ano, eles se apresentou na folia com o projeto Baile do Se Joga, uma mistura de ritmos como sertanejo, axé, swingueira, funk, com samba e pagode, que são os carros-chefe da banda. “Estar nesses eventos traz credibilidade para a banda. Como estamos ao lado de pessoas importantes e influentes, no meio delas, isso agrega valor e abre portas também”, avalia Leozinho Neiva, vocalista do conjunto.



Repertório

Formada por estudantes que curtiam tocar alguns instrumentos e se reuniram em torno da música, a banda foi formalizada em 2009 e, desde então, constrói a trajetória. “Tocar em grandes eventos assim era algo que a gente sempre sonhava e não deixa de ser um reconhecimento do nosso trabalho”, acredita. No repertório, os artistas lançaram um EP em 2013 e gravaram um DVD, Baile do Se Joga, em outubro do ano passado, do qual trabalham com a música Depois a gente vê.

Amantes da folia, as integrantes da Contém Dendê, Anne Caroline Vasconcelos, Fernanda Jacob, Fernanda Pinheiro, Larissa Umaytá, Letícia Fialho e Sam Defor também colhem os frutos de um ano intenso neste carnaval. Pela primeira vez, a banda se apresenta como grupo em festas carnavalescas. Hoje, sobem ao palco no Bloco das Montadas e, na segunda-feira, integram o line up do Carnaval no Parque. “Para nós é carnaval o ano inteiro”, brinca Letícia Fialho. Como musicistas de destaque da cidade, além da Contém Dendê, elas compõem o bloco Essa boquinha eu já beijei que, no último fim de semana, reuniu cerca de 40 mil pessoas no gramado da Funarte.

“Vamos levar o nosso repertório sempre homenageando cantoras, intérpretes, compositores e compositoras negras da história brasileira e um repertório carnavalesco”, adianta. “Levando nossa identidade, nossa ancestralidade para somar e representando no dia as artistas de Brasília. Somos uma banda formada por mulheres negras musicistas da cidade, com trabalhos de destaque, e teve o encontro dessas potências a partir dessa identificação”, garante a artista.

Na correria do dia de show, nem sempre é possível promover o encontro dos artistas, mas havendo a possibilidade, a troca é válida e positiva. “Em alguma medida, insere no mapa a música de Brasília”, pontua Letícia. A banda foi criada em 2016 para integrar o espetáculo Pentes, peça que aborda as relações raciais e a identidade da mulher negra por meio do cabelo crespo. Na época, elas participaram de uma mostra de teatro negro em Cavalcante (MG) e tiveram a oportunidade de conhecer os integrantes do teatro Olodum.

O Carnaval no Parque também é uma chance de sambar e compartilhar a alegria com os foliões  para quem estava acostumado a desfilar pelas ruas da cidade, mas tinha optado por não sair este ano por falta de verba. Até o final da festa, ainda sobem ao palco principal as bandas 7 na Roda e Di Propósito e o bloco Maria vai casoutras.    







Os melhores do carnaval
Este ano, mais uma vez, o Correio Braziliense premiará os blocos de destaque do carnaval com o Troféu #CBFolia. Os ganhadores da premiação cultural serão decididos por uma comissão do Correio que visitará blocos da cidade e os avaliará de acordo com quatro critérios: sustentabilidade, estrutura, animação e respeito ao próximo. A fantasia mais descolada também receberá um prêmio. Por isiso, compartilhe com a gente as imagens da folia com a hashtag #cbfolia no Instagram. Sua foto também pode aparecer no jornal durante o feriado e na galeria no site do Correio.



Sangue brasiliense no Carnaval no Parque

Hoje
Grupo Menos é Mais, Dj Jonnes Veloso e Disstinto;

Segunda-feira
Contêm Dendê, Dj Jonnes Veloso e Thiago Nascimento;

Terça-feira
Maria vai casoutras e Dj Jonnes Veloso

Sexta-feira
Dj Jonnes Veloso, 7 na Roda e Di Propósito
 
 
 
 
 
 
 

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