Diversão e Arte

Com histórico amplo de resistência na cidade, choro terá celebração semanal

Sob o comando do violonista Fernando César, será resgatada a tradicional roda de choro no espaço cultural da instituição brasiliense

Correio Braziliense
postado em 03/03/2020 07:23

Fernando César retoma a história dos saraus que culminaram na criação do Clube do Choro

 

Historicamente, a origem do Clube do Choro foi num apartamento da 311 Sul, onde morava a flautista e professora da Universidade de Brasília Odete Ernest Dias. Ali, entre 1975 e 1976, nas tardes de sábado, músicos originários de várias partes do país se reuniam numa concorrida roda de choro, que seguia noite a dentro.

 

Quando, em 1977, alguns daqueles instrumentistas se juntaram para criar o Clube do Choro, os encontros dos chorões passaram a ocorrer na área externa de um pequeno prédio localizado entre o Planetário e do Centro de Convenções, no Eixo Monumental (que ainda não se chamava Ulysses Guimarães). Aquele prédio, pertencente à Secretaria de Turismo, passou a funcionar como a primeira sede da nova instituição brasiliense.

 

Saiba Mais

 

 

“As rodas de choro, sábado à tarde, eram comandadas por Pernambuco do Pandeiro, prosseguiram, de forma amadorística até 1983”, lembra o violonista Fernando César. “Foi naquele local que, o Dois Ouro, duo que formei com o Hamilton (de Holanda), se apresentou em público pela primeira vez. Aliás, foi o Pernambuco que deu nome ao grupo”, acrescenta.

 

Entre 1983 e 1993 a sede ficou fechada e o clube deixou de funcionar. Quando reabriu, sob a presidência de Henrique Santos

Filho, o Reco do Bandolim — com um show de Paulinho da Viola — tiveram início os projetos em homenagem a grandes mestres do gênero, entre março e dezembro. O primeiro prestou tributo a Pixinguinha. 

 

Resgate

 

Neste ano, a tradição da roda de choro vai ser retomada pelo Clube do Choro, com reuniões sempre às terças-feiras, a partir de hoje (03/03), comandada por Fernando César. “Trata-se do resgate de uma história que teve início em Brasília na década de 1970, protagonizada por precursores do choro em Brasília”, explica o violonista, integrante do grupo Choro Livre e coordenador da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello. 

 

“Tive o insight no ano passado, quando fiz um show com o meu regional, intitulado Nosso quintal, no Espaço Cultural do Choro. A apresentação seria no palco, mas na hora decidimos tocar na plateia, com as pessoas em volta”, conta Fernando César. “A proximidade do grupo com o público, nos fez querer repetir a experiência; e numa conversa com Marcos Guedes, produtor do Clube do Choro, ele sugeriu a retomada da roda”, complementa.

 

O violonista terá a companhia Pedro Vasconcellos (cavaquinho), Valério Xavier (pandeiro) e Sérgio Moraes (flauta e solista). “Como manda a tradição, a roda estará aberta a músicos que comparecerem e quiserem tocar. A partir da próxima semana vamos ter também a participação de convidados” 

 

Segundo Fernando César, o público vai ouvir choros que são referência para rodas, entre os quais Brejeiro (Ernesto Nazareth), Cochichando (Pixinguinha), Vibrações (Jacob do Bandolim) e Aquarela na Quixaba (Hamilton de Holanda). “A ideia é que o choro possa ser ouvido no happy hour, pelas pessoas que saem do trabalho. Em vez de enfrentar engarrafamentos, elas vão poder relaxar antes de chegar em casa”.

 

Roda de Choro

 

Hoje (03/03) às 19h30, com o violonista Fernando César e regional, no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães). Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia). Não recomendado para menores de 14 anos.

 

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