Diversão e Arte

Scliar, Poteiro, Di Cavalcante e Djanira reunidos em exposição do TCU

Exposição no Centro Cultural TCU expõe trabalhos de importantes nomes da arte brasileira encomendados pela Caixa Econômica Federal para ilustrar bilhetes de loteria

Correio Braziliense
postado em 03/03/2020 07:43
A Independência, de Di Cavalcanti 

Em 42 obras, divididas em cinco núcleos, a história da arte brasileira entrelaça com a cultura popular do país e com a “fezinha” do povo brasileiro. Era década de 1960 e a Caixa Econômica Federal, após a junção com a Loteria Federal, encomendava ilustrações para os bilhetes de datas comemorativas. São João, Inconfidência Mineira, Independência do Brasil, Natal e Carnaval retratados a maneira de cada artista plástico e, agora, expostos na mostra Traços da sorte: loterias no acervo da Caixa.
 
A exposição é resultado de uma parceria do Centro Cultural TCU com a Caixa Econômica. “O acervo da instituição bancária que estamos expondo foi formado com as obras que a Caixa encomendou para ilustrar os bilhetes de loteria. São vinte artistas e cada um permeia vários núcleos”, explica Karina Santiago, coordenadora de produção do centro cultural.
 

Saiba Mais

 
 
A paulista Djanira foi uma das primeiras a receber esse financiamento da instituição para a produção de pinturas. Na mostra, os trabalhos da artista estão presentes em quatro diferentes núcleos. Em todos eles, observa-se a pintura figurativa de Djanira, suas investigações em torno do abstracionismo geométrico e o uso de cores vibrantes.
 
Apesar de variadas assinaturas, as obras presentes em Traços da sorte: loterias no acervo da Caixa trazem, em essência, a brasilidade representada por elementos figurativos, por personagens carnavalescos ou juninos, pelo verde e amarelo. “É possível perceber exatamente a linha de cada um dos artistas, que são bem distantes, para retratar o mesmo tema ao mesmo tempo que é uma mostra bem brasileira”, define Karina.
 
Integram a exposição, além das pinturas de Djanira, trabalhos de Di Cavalcanti, Antonio Poteiro, Carlos Scliar, Carybé, Francisco Rebolo e Glauco Rodrigues. “Cada um dos núcleos tem também uma explicação sobre as datas comemorativas e, além das obras, tem alguns bilhetes expostos”, acrescenta a coordenadora. Esses rascunhos permitem que os visitantes apreciem o processo criativo dos artistas desde a concepção. “É importante destacar que esse financiamento permitiu um enriquecimento do acervo da arte brasileira”, pontua Karina.

Arte contemporânea

Dando continuidade à política de incentivo à cultura da instituição, o Centro Cultural TCU está com edital de concurso aberto para projeto de exposições. Ele selecionará projetos individuais ou coletivos, com o objetivo de premiar os oito melhores relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), possibilitando prioridade aos premiados nas contratações futuras. “Os oito selecionados ganharão, cada projeto, R$ 7 mil. Eles vão integrar um cadastro reserva de mostras que podem ser montadas no centro cultural até o final de 2021”, explica Karina.
 
A seleção é feita pelo conselho curador da instituição, composto Ricardo Ohtake, gestor cultural do Instituto Tomie Ohtake; Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural; Renata Bittencourt, diretora de Inhotim; o colecionador de arte Sergio Carvalho e o artista plástico Ralph Gehre. Pela galeria Marcantonio Vilaça, passaram trabalhos de Iberê Camargo, Oscar Niemeyer, Roda, Tomie Ohtake, entre outros. A inscrição é feita pelo portal do TCU até 15 de março.

Traços da sorte: loterias no acervo da Caixa
No Centro Cultural TCU. Visitação até 21 de março. De segunda a sexta, das 9h às 19h. Sábado, das 10h às 18h. Entrada gratuita.

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