Anúncio de produção de série baseada em Marielle Franco gera polêmica

Internautas questionam a escolha de Padilha como diretor da produção

Correio Braziliense

postado em 09/03/2020 18:56

Após a divulgação da série sobre a história da vereadora Marielle Franco, na última sexta-feira (6/3), pela Globoplay, internautas criticaram, nas redes sociais, a escolha do diretor José Padilha para a condução do projeto. 

 

A produção será dirigida por Padilha, que foi responsável pela direção de Tropa de elite (1 e 2) e O mecanismo. O roteiro ficará por conta de George Moura e Antonia Pellegrino. A série está prevista para chegar ao serviço de streaming em 2021. As gravações devem iniciar ainda este ano e, até o momento, estão confirmadas duas temporadas do projeto.  

 

No Twitter, o questionamento principal foi o fato do diretor ser um homem branco, crítico ao PT que retratou de maneira parcial, em uma das produções, a Operação Lava Jato e o personagem inspirado em Sérgio Moro. Agora, será o responsável por dirigir a série baseda na história de uma ativista politica.

À coluna de Maurício Stycer no UOL,  Antônia Pellegrino contou que "ele (José Padilha) se arrependeu (da forma que dirigiu a linha de O Mecanismo). As pessoas erram. E não acho que seja um erro suficiente para a gente cancelar uma pessoa". A autora acrescentou que pensou em ter um diretor negro na produção, mas que não achou no mercado alguém com o perfil desejado. "Se tivesse um Spike Lee, uma Ava DuVernay...".

O posicionamento de Pellegrino também recebeu críticas, muitas delas apontando uma postura racista da roteirista. 

 
Fatos reais 

 

A GloboPlay anunciou que lançará uma série de ficção baseada na história da vereadora. Marielle foi assassinada juntamente ao motorista, Anderson Gomes, por tiros de fuzil. O crime aconteceu em março de 2018, no Rio de Janeiro.