Diversão e Arte

Drama e injustiça

Correio Braziliense
postado em 12/03/2020 04:09
O oficial e o espião: mais um exemplar de cinema controverso de Polanski


Junto com a aproximação do século 20, o momento das celebrações se transformou num verdadeiro inferno para o personagem da vida real retratado no longa-metragem O oficial e o espião, mais recente e polêmico filme do cineasta Roman Polanski. Ressaltando a inocência, o militar Alfred Dreyfus (Louis Garrel) é saudado como escória, e sucumbe à pressão da hierarquia militar, quando passa a ser incriminado por facções do governo francês. Correspondências violadas e adulteradas e métodos rudimentares de espionagem estão em primeiro plano, no enredo em que um coronel chamado Georges Picquart (Jean Dujardin) toma as rédeas para confirmar a suposta inocência do rapaz que, no passado, havia sido seu aluno.

Muito do burburinho em torno do premiado filme de retratação pública de uma personalidade capaz de comover o escritor Émile Zola (André Marcon, na tela), que abraçou a causa dele em fins do século 19, enfrentando retaliação, se deve à controversa figura de Polanski, eternamente associado a um crime sexual em 1977, motivo pelo qual nem mesmo pode pisar os pés nos Estados Unidos, sob pena de prisão imediata.

Banido da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (entidade que havia premiado seu longa antibélico O pianista), Polanski segue criando filmes que apontam para ambiguidade e desafiam conceitos estabelecidos, casos de Baseado em fatos reais, Deus da carnificina e de O escritor fantasma, baseado em obra de Robert Harris, coautor do roteiro de O oficial e o espião. Segredo de Estado, ataques à dignidade, preconceitos a homossexualidade e escalada de intolerância balizam a trama do novo filme.
 
 
 
 

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