Diversão e Arte

Cinco Perguntas/ Luiz Antônio Assis Brasil

Correio Braziliense
postado em 18/03/2020 04:16
Luis Antonio Assis Brasil: oficinas que contribuíram para transformar Porto Alegre em polo literário



É possível aprender a escrever ficção. E como? 
Despertando em si o juízo crítico, lendo muito, escrevendo muito, atentando ao que se passa na cena literária, ouvindo a opinião dos outros, frequentando as outras artes e, sendo possível, participando de uma oficina de criação literária de qualidade, seja presencial ou on-line.


Porto Alegre, de certa forma, se tornou um polo de produção literária contemporânea. Que participação você sente que teve nisso?
Vejo isso, antes de tudo, como o resultado de um sólido background literário que não vem de hoje. Minha participação? Talvez tenha sido apenas de catalisar as energias dessa juventude, fazendo-a ler muito e escrever muito.


Quantos por cento de inspiração e quanto de trabalho para escrever um bom romance?
A inspiração é dominante, e isso por quê? Porque a pessoa, para ter a inspiração de um romance, é porque já leu muitos romances e, portanto, já adquiriu muito das técnicas ficcionais para escrevê-lo. Assim, o trabalho torna-se mais leve, e, longe de ser uma carga, transforma-se num movimento interior de grande prazer.


Sua especialidade é o personagem? O quanto ele representa de um romance/conto bem escrito?
Sim, gosto de tratar da personagem. A história pode ser pífia, quase inexistente, como em Memórias póstumas — mas o Brás, que personagem! A personagem convincente, inclusive, “faz acontecer” até os fatos aleatórios de um romance, haja vista a morte de Macabéa.


Você gosta da literatura contemporânea produzida hoje no Brasil? Por quê?
Gosto e leio muito, em função do meu ofício e, também, para o meu prazer. Trata-se de uma escrita fresca, experimental, única, especialmente agora em que, passada a fase da autoficção, passa a olhar para os lados e entender o outro — e o social — como sujeito hábil a produzir boas narrativas.

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