Diversão e Arte

CD de oito faixas presta tributo a Cazuza

Roberto Menescal, Leila Pinheiro e Rodrigo Santos fazem homenagem com nova sonoridade para clássicos do artista

Correio Braziliense
postado em 23/04/2020 04:07
Roberto Menescal, Leila Pinheiro e Rodrigo Santos fazem homenagem com nova sonoridade para clássicos do artista



Meio bossa nova e rock’n’roll. Em síntese, é esta a proposta de Faz parte do meu show, projeto em homenagem ao cantor e compositor Cazuza, com a participação de Roberto Menescal, Leila Pinheiro e Rodrigo Santos, que resultou num CD de oito faixas digitais.

A origem desse álbum audiovisual foi um show protagonizado pelos três, apresentado inicialmente no Rio de Janeiro, que despertou o interesse da gravadora Som Livre. Como foi feito o registro de 20 canções, compostas pelo poeta do rock, há a perspectiva de que haja desdobramento com o lançamento das outras músicas.

Idealizado pelo produtor Luiz Paulo Assunção, com o aval de Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, que assistiu às gravações, nos estúdios da Som Livre, Faz parte do meu show tem direção de Jacques Júnior.
 

Saiba Mais

 

Arranjos e harmonias com levada da bossa nova, que foram criados por Menescal, Rodrigo e Leila, deram nova sonoridade a Preciso dizer que te amo, Codinome Beija-Flor, O tempo não para, Porque a gente é assim, Exagerado, Ideologia, Pro dia nascer feliz e a faixa título, que abre o repertório.

Menescal não conhecia Rodrigo pessoalmente, o que só veio a ocorrer quando foi ao Vivo Rio — casa de espetáculos localizada no Museu de Arte Moderna — assistir ao show que o baixista e cantor (ex-Barão Vermelho) fez com Andy Summer (ex-The Police). “A Leila havia visto o show em São Paulo e me falou muito bem da performance do Rodrigo. Aí fui conferir e vi que ela tinha razão. Depois de conhecê-lo fui convidado para dar canja num outro show que ele fez no Teatro Rival (centro do Rio de Janeiro)”, conta Menescal.

Logo depois o Luiz Paulo Assunção, produtor do Rodrigo, procurou o violonista, guitarrista e compositor capixaba — carioca por adoção —, um dos ícones da bossa nova, e sugeriu que os dois fizessem um show em que fundissem as linguagens da bossa nova e do rock.

Harmonia

“Eu tinha criado uma harmonia para Faz parte do meu show, clássico do Cazuza, e mostrei para o Luiz Paulo e o Rodrigo. Naquele momento surgiu a ideia de um projeto em que prestássemos tributo ao Cazuza”, explica Menescal.

Quando tomou conhecimento da ideia, Leila Pinheiro logo demonstrou interesse em participar do projeto. “Um projeto como esse precisa de uma cantora e pianista, até porque conhecia a obra do Cazuza”, disse ela a Menescal. A proposta foi imediatamente aceita.

A relação artística dos dois vinha de muito tempo. “Logo depois de vencer o Festival dos Festivais com a canção Verde, em 1985, Menescal me levou para a PolyGram, gravadora da qual era diretor artístico”, lembra Leila. “Foi ele quem produziu, além de tocar violão, num dos meus discos de maior sucesso, o Benção Bossa Nova, de 1988, teve produção de Menescal, que a acompanhou tocando violão”, acrescenta. Tempos depois, em 2010, gravaram juntos o CD Agarradinhos, de piano e guitarra.

Leila deixa claro que mesmo sem ter uma ligação maior com o rock, passou a tomar conhecimento do trabalho de Rodrigo, quando ele passou a ser baixista do Barão Vermelho. “Fui vê-lo no show que fez com o Andy Summer, em São Paulo e revi aqui no Rio. Fiquei impressionada com o vigor que ele imprime tanto ao tocar, quanto ao cantar. Com ousadia, trouxe o Police para ele”, elogia.

Foi a partir do Faz parte do meu show que Rodrigo se aproximou de Menescal e Leila. “Não os conhecia anteriormente, mas logo que começamos a ensaiar, no estúdio da Leila, me senti completamente à vontade, mesmo estando diante de dois mestres. É grande a minha admiração pelo talento de ambos, músicos que sabem tudo de harmonia e inversão de acordes”.


Adiamento

O fato da Som Livre, gravadora criada por João Araújo (pai de Cazuza) completar 50 anos em 2020, e da música brasileira ter perdido o cantor há 30 anos, foi determinante para que o lançamento do álbum ocorresse agora. Em relação à turnê do Faz parte do meu show, que teria início neste mês, houve adiamento, em função da pandemia de coronavírus.

Em razão desse problema que todos vêm enfrentando, os três artistas tiveram que cancelar ou adiar outros compromissos que constavam das respectivas agendas — ainda sem saber quando retomarão as atividades.

Roberto Menescal, por exemplo, vai deixar de cumprir uma série de 20 apresentações que faria no Japão com o show Os Bossa Nova ao lado de Carlos Lyra, João Donato e Marcos Valle. Ele ainda não sabe quando será o lançamento do Arquitetura Musical, sobre sua obra, escrito pela prima Cláudia Menescal.

Já Rodrigo Santos vem fazendo lives e compondo. O show que vinha fazendo com Os Britos, banda em que tem como companheiros o saxofonista e vocalista George Israel (ex-Kid Abellha), o baterista Guto Gofi (Barão Vemelho) e Nani Dias (guitarra).

“Neste período soturno que vivemos, mas do qual sairemos firmes e fortes, tenho me desdobrado, cuidando dos meus pais, que vivem no mesmo prédio aqui no Rio; e trabalhando com novos projetos.Um deles é o do show comemorativo dos meus 40 anos de carreira, iniciada em Belém, onde nasci”, revela Leila Pinheiro. “Assim que for possível vou retomar o espetáculo Extravio, dirigido por minha querida amiga, a atriz Ana Beatriz Nogueira, que vinha fazendo sucesso”, acrescenta.



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