Diversão e Arte

Brasileiro premiado em Cannes lança novo filme em streaming

O diretor Karim Aïnouz, de A vida invisível, lança Aeroporto Central, premiado em Berlim, nas plataformas digitais

Correio Braziliense
postado em 24/04/2020 11:03

Aeroporto Central: lazer e tensão na trama do premiado documentário

 

Um ano antes de conquistar prêmio na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, com o filme A vida invisível, o diretor Karim Aïnouz venceu o prêmio da Anistia Internacional, durante o Festival de Berlim, na mostra Panorama, com longa que permanecia inédito no Brasil: Aeroporto Central. É esse título que, exibido em 30 festivais, chega hoje a plataformas como Oi, Now e Looke.

 

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Coprodução Brasil-Alemanha-França, Aeroporto Internacional teve apoios das produtoras do Canal Brasil e da Mar Filmes. As filmagens transcorreram um ano depois da exibição de Praia do Futuro (também de Karim) no Festival de Berlim, em 2015. "Quando a gente fez o filme era sobre uma questão superurgente. Tratava do  acolhimento de pessoas que fugiamn da guerra da Síria, principalmente.Íamos lançar em março (de 2020), nas salas de cinema brasileiras, e aconteceu o que aconteceu (a pandemia). As produtoras me perguntaram se queriam lançar em streaming, direto. Resisiti, mas olhei em volta e disse seria uma loucura não lançar em streaming; o negócio tá tão complicado aqui", diz, traçando tênue paralelo entre as situações de caos (a atual e a retratada no longa).

 

Aeroporto Central é ambientado em históricos hangares da Alemanha, local que 70 anos depois do uso na Segunda Guerra se presta a acolhimento comunitário. Tradutores, agentes sociais, médicos, professores e, claro, refugiados circulam e contornam situações de estresse e incertezas, em meio a mudanças de vidas e as crises pessoais. Durante um ano, Karim registrou a dinãmica do edifício gigante de Tempelhof, o aeroporto.

 

Muito da fita é centrado nas figuras do fisiterapeuta iraquiano Qutaiba Nefea e do ex-estudante sírio Ibrahim Al Hussein. Entre as passagens das estações do tempo, eles vivem as incertezas do acolhimento pelo governo alemão ou

a condição de serem deportados.

 

"A partir do terceiro mês, eles, os refugiados estavam quase acostumados com a gente. A equipe era minúscula; éramos três pessoas: um câmera, eu e alguém da produção local. Sempre acompanhados por alguém que administrava o aeroporto.Houve restrições, por uma questão de se proteger quem estava no abrigo. É um lugar complicado. Lá, a linha entre público e privado era fina. Tivemos muito cuidado de não expôr quem não quisesse; mas, em momento algum, houve censura", conta, ao Correio, o cineasta.

 

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