Diversão e Arte

Morre, aos 85 anos, o filósofo Ruy Fausto

Ele sofreu um infarto em casa, segundo informações do sobrinho à imprensa

Correio Braziliense
postado em 01/05/2020 16:34
Ruy Fausto
Morreu, nesta sexta-feira (1º/5), o filósofo Ruy Fausto. Ele sofreu um infarto e morreu em casa em Paris, na França, onde morava sozinho. A informação foi confirmada pelo sobrinho Sergio Fausto ao G1.

Considerado um dos principais pensadores brasileiros, Ruy Fausto era professor emérito da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em filosofia pela Universidade de Paris. 

Irmão do historiador Boris Fausto, escreveu obras como A esquerda difícil: Em torno do paradigma e do destino das revoluções do século XX e alguns outros temas (2007), Outro dia: Intervenções, entrevistas, outros tempos (2009), e Sentido da dialética — Marx: Lógica e política (2015). 
 
Rompantes e senso crítico foram bravamente defendidos nas cortantes falas do pensador Ruy Fausto. Fosse em entrevistas ou no material publicado em artigos, o teor mostrava isenção de um observador à distância da cena política, por exemplo, no caso do embate entre esquerda e direita no Brasil. "Não acho que todo mundo seja louco pela democracia, mas também não estão querendo o fim dela. Creio que os populismos também estão bem desgastados", disse em entrevista à revista Época.
 
Os laços com o Partido dos Trabalhadores não eram estreitos o suficiente para que Fausto deixasse de sacramentar observações instigantes. Ao Instituto Humano Unisinos, ele declarou em entrevista: "Cansei de opinar sobre o PT. Faltou e falta autocrítica, principalmente no que se refere ao problema da corrupção de governo".
 
Ainda no cenário político, o filósofo, em um dos inúmeros artigos, disparou contra um dos homens considerados líderes na mentalidade do governo Bolssonaro. O alvo foi Olavo de Carvalho. "Ele é um misto de mau filósofo, de iluminado e de ativista, um militante da mídia que é seguido por centenas de milheres de adeptos", sentenciou. 
 
O trabalho mais recente publicado foi Caminhos da esquerda: elementos para uma reconstrução (2017). Também participou da coletânea Democracia em risco? 22 ensaios sobre o Brasil hoje publicado em 2019.
 
 
"Se o comunismo está morto, e os inconvenintes do estatismo são visíveis, um socialismo democrático e ecológico que promova uma economia solidária e cooperativista parece ser a única alternativa ao capitalismo selvagem que se espraia e que ameaça destruir o nosso mundo"
 
Trecho de Caminhos da esquerda: elementos para uma reconstrução

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags