Correio Braziliense
postado em 05/05/2020 10:47
Morreu na madrugada última segunda-feira (4/5), Dona Neném, baluarte histórica da Portela e viúva de Manacéa, um dos maiores compositores da escola azul e branca. Yolanda de Almeida Andrade (nome de batismo) tratava de uma infecção urinária em casa e não resistiu. Não há mais informações sobre o velório da icônica figura da escola de samba de Madureira.
A morte foi muito lamentada na portela pela importância de Dona Neném para a escola. "Dona Neném era a maior referência viva feminina da Portela. Mesmo nem sempre fisicamente presente, tínhamos a certeza de sabermos que ela estava sempre ali, no alto daquela casa, olhando por todos nós e por nossa história. Por nós que sempre precisamos tanto dela", afirmou o atual presidente da escola, Luis Carlos Magalhães.
Saiba Mais
Outro fato que elevou Neném ao patamar de figura mística na Portela foi o casamento com Manacéa. Em 1951, a baluarte e o compositor de sambas-enredos vencedores de carnavais nos anos 1940 se casaram e juntos tiveram três filhos. A casa onde viveram toda a vida virou ponto de encontro para ensaios da Portela, de rodas de samba e festas da Velha Guarda da escola de samba. A rua que sempre moraram, inclusive, levou o nome Rua Compositor Manacéa, após a morte do marido de Neném.
No entanto, não era só de samba que vivia Dona Neném. Ela também era conhecida pelos dotes culinários. As habilidades na cozinha eram tão conhecidas que foram imortalizadas na composição Feijão de Dona Neném, de Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho, interpretada pelo próprio Zeca.
A morte da baluarte será sentida em todo município de Madureira, principalmente no bairro de Oswaldo Cruz onde ela era conhecida como um ícone cultural. “O presidente Luis Carlos Magalhães, o vice-presidente Fábio Pavão e toda a diretoria da Portela lamentam profundamente o falecimento de dona Neném e se solidarizam com seus familiares e amigos”, escreveu em nota oficial a escola de samba que Dona Neném dedicou a vida.
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