Correio Braziliense
postado em 20/05/2020 04:08
Desde fevereiro, dúvidas afloravam: o que aconteceria com a edição 2020 do Festival de Cannes, o mais prestigiado na vitrine do cinema mundial? Inevitável, o anúncio do cancelamento do evento veio por tom melancólico de um nostálgico cinéfilo que há 35 anos resguarda Cannes: Thierry Frémaux. Até hoje, o festival só não ocorreu durante da Segunda Guerra, e foi paralisado em maio de 1968. A calamidade impõe a continuidade da missão dos organizadores junto a Frémaux. Ao lado de menos filmes para 2021, o especialista prevê que, em dois meses (caso não haja novas ondas da covid-19), a cadeia exibidora possa ser restabelecida na França. O selo de Cannes, mantido e associado a outros festivais no mundo, ressoa como esperança.
“Trabalhamos na divulgação de uma lista de filmes que deveriam integrar o evento. Estará pronta no começo de junho. Filmes com estreias entre o agora e a primavera de 2021. Não estruturaremos o festival nos conhecidos segmentos Mostra Competitiva, Um Certo Olhar e fora de competição. Seria ridículo ignorar nossa atual situação. Mas devemos promover os filmes assistidos e que amamos. Tivemos obras magníficas, e é nossa obrigação alinhar filmes e público”, definiu Thierry Frémaux, em entrevista ao Screen Daily.
A seleção de Cannes 2021, começará em setembro. Para 2020, um terço dos selecionados tem alcançando, diretamente, as plataformas digitais. Assunto nitidamente incômodo para o curador. Geralmente montada ao longo de um ano, a programação, em março e abril de 2020, não contabilizava nem 20% da seleção.
Num espírito de lealdade a Spike Lee (escolhido para presidir o júri de 2020), o nome será mantido para 2021. “Ele simboliza a cidade de Nova York, particularmente afetada pela pandemia. Fez ainda um curta sobre o momento, ao som de New York, New York, que é muito tocante”, explicou Frémaux.
Outros casos
Assim como o Oscar outras premiações internacionais precisaram abrir mão de regras antigas, como é o caso do Globo de Ouro, votado pela imprensa estrangeira de Hollywood, e o SAG Awards, prêmio do Sindicato de atores dos Estados Unidos. O primeiro retirou regras de exibição especial para votantes e começou a aceitar longas feitos para TV na categoria de cinema, enquanto o segundo considerará todos os filmes que estreariam no cinema, mas não puderam devido ao fechamento das salas.
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