Com a poesia nas letras que escrevia, Cazuza influenciou e foi a voz de gerações de jovens, mesmo com a morte dele, há 30 anos. Para lembrar a data, Rogério Flausino e Wilson Sideral se juntaram para o projeto multimídia Protegi teu nome por amor: Uma comemoração da história do músico em várias frentes, que contará com disco de inéditas, shows, livro, podcasts e documentário.
“Este é um projeto muito bonito e muito completo, que tem a intenção de jogar uma luz sobre a obra de Cazuza e na Sociedade Viva Cazuza”, conta Rogério Flausino, vocalista da banda Jota Quest, em entrevista ao Correio. A ideia partiu do cantor que, junto ao irmão, Wilson Sideral, tem um trabalho musical voltado para o poeta desde o fim de 2015.
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No fim de 2019, Rogério Flausino encontrou Fabiana Bruno, CEO da Agência produção de conteúdo SUBA, para quem apresentou o projeto. “Nós abraçamos a ideia por ser uma oportunidade de expandir o discurso de Cazuza. Algo tão contemporâneo, mesmo 30 anos depois”, diz Fabiana.
“A ideia é trazer o legado do artista, é proteger o nome”, explica Fabiana Bruno. O projeto multimídia leva o título Protegi seu nome por amor em referência a um trecho de Codinome beija-flor, uma das principais músicas da carreira de Cazuza. Estão envolvidos, no disco de inéditas, nomes como Caetano Veloso, Baby do Brasil, Ney Matogrosso, Bebel Gilberto, entre outros, totalizando 20 artistas. O plano era divulgar músicas durante 2020 e fazer dois grandes shows de lançamento no segundo semestre, mas, por causa da pandemia o processo ficou parado e pode não seguir o primeiro planejamento.
Tocar Cazuza
“O Cazuza é quase como um alter-ego para mim. Eu gostaria de falar as coisas que ele fala. Mas as coisas não são assim, cada um nasce numa época, de um jeito e com uma personalidade”, afirma Rogério Flausino. O cantor diz estar muito feliz em seguir o projeto e se sente muito honrado em ter o aval da Lucinha para tocar as composições de Cazuza. O cantor tem o Exagerado como uma das maiores inspirações desde a infância. “Desde que voltamos, eu e meu irmão a tocar Cazuza, isso mexeu no nosso jeito de compor, de interpretar as canções e no jeito de cantar.”
Sobre apresentar um show em homenagem ao ídolo, Flausino diz que é um momento único e importante de conexão com o público. “Quando fazemos um show do Cazuza é uma catarse coletiva, de quem está vendo e de quem está cantando. Porque é o tipo de música que se canta com toda força, faz bem cantar aquilo”, conta o vocalista. “Me faz muito bem, é uma válvula de escape. Quando a gente está nesses shows eu fico muito feliz, muito pirado de alegria de cada vez mais reforçar a mensagem dele”, completa a voz do Jota Quest.
Atemporalidade de Cazuza
“O Cazuza era nossa herói, eu tinha 18 anos e o Sideral 15 quando o Cazuza morreu e deixou a gente orfão”, lembra. Para ele, o mais impressionante é o fato de como a carreira do astro é curta e abrangente ao mesmo tempo. “Ele consegue numa carreira de oito anos, morrendo aos 31, fazer rock, blues, MPB, passeia pela bossa nova e pelo samba. A carreira dele é muito rica”, afirma Flausino. “A poesia dele, o jeito dele de escrever, de ver a vida e repassar isso para gente é muito legal, é fulminante. Versos cortantes, você encontra na mesma música 12 versos fulminantes”, completa.
Outra marca de Cazuza foi o discurso, falar o que achava que estava certo e poetizar chagas sociais. “Ele tocava algo que estava a flor da pele, uma emoção que só quem viveu Cazuza sabe”, fala a CEO da SUBA. Para a empresária, o que Cazuza escreveu ainda é muito tocante no contexto atual brasileiro. “Qualquer letra dele é muito atual, todas as questões de hoje ele já falava sobre há 30 anos atrás”, comenta Fabiana Bruno.
*Estagiário sob supervisão de Igor Silveira
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