Diversão e Arte

Espaço Cena, na 205 Norte, encerra as atividades depois de 15 anos

Braço do festival Cena Contemporânea, espaço ocupou durante 15 anos a comercial da 205 Norte

Correio Braziliense
postado em 11/06/2020 14:42
Braço do festival Cena Contemporânea, espaço ocupou durante 15 anos a comercial da 205 Norte Criado como um braço do Cena Contemporânea, o Festival Internacional de Teatro de Brasília, o Espaço Cena encerra as atividades depois de 15 anos. Localizado na comercial da 205 Norte, conhecida como Babilônia da Asa Norte, o local nasceu para ampliar o diálogo do evento com o público e com a cidade. “O Espaço Cena foi e é uma ação do Cena Contemporânea de relacionamento com a cidade e cumpriu com excelência essa função”, conta Guilherme Reis, coordenador do teatro.

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Há dois anos, Reis detalha que repensa a estrutura, o formato, a função social e outras questões relacionadas ao festival dentro de um processo de renovação. Nos últimos seis meses, houve um planejamento de redução de custos dentro do Espaço Cena e de foco em novas ações, além de finalizado um projeto de ocupação que findou em maio de 2020. O contexto político, econômico e social do país e da cidade, contudo, antecipou a tomada de decisão. “Tudo foi precipitado com a covid-19 e os decretos de fechamento das atividades e dos locais de encontro das pessoas, como cinema e teatro. É um custo muito alto para manter um espaço daquele fechado e já tínhamos outros planos”, pontua o coordenador. 
 

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Durante os 15 anos em que ocupou a 205 Norte, o Espaço Cena reuniu gerações de artistas de diversas linguagens. “Foi muito rico tudo que a gente viveu ali, mas, na natureza, tudo que um dia começa, um dia termina. Termina bem, positivamente, com uma energia para frente. Não estamos lamentando esse encerramento, estamos registrando o quanto foi bonito viver esse processo ali”, comenta Reis.  

Assim como presenciou e prestigiou talentos da cidade, o local acompanhou o desenvolvimento da quadra como uma referência do fazer artístico na capital. “Tinha fama de cabeça de burro, de que tudo que abrisse ali não daria certo. Era um espaço deprimido, escuro e perigoso. A gente acendeu as luzes, criou movimento, levou o público, ocupou de noite e isso foi aos poucos mudando a geografia humana daquele espaço. Os outros empreendimentos foram chegando até chegar ao que é hoje, com espaços de criação e ateliês. É uma prova de que a cultura chega e inicia o processo de transformação da estrutura urbana. Fomos protagonistas dessa pequena história da entrequadra”. 

Apesar de um ciclo que chega ao fim, este ano, o Cena completa 25 anos, tendo realizado 20 edições. Mesmo com o cenário incerto e com restrições da pandemia, Reis garante que fará a 21ª edição comemorativa. “Estamos trabalhando de maneira intensa para formatar o festival. O espaço é um braço que demos por encerrado, mas estamos repensando todo o evento”. 

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