Diversão e Arte

34ª Bienal de São Paulo é adiada para 2021 e passa a ocorrer em ano ímpar

Em razão do enfrentamento ao novo coronavírus, a mudança foi proposta pela Diretoria Executiva da Fundação Bienal de São Paulo e aprovada, de maneira unânime, pelo Conselho de Administração nesta terça-feira (30/6)

Correio Braziliense
postado em 01/07/2020 14:58
A alteração impacta o projeto curatorial da mostra e representa um desafio para a equipe encabeçada pelo curador geral Jacopo Crivelli ViscontiDepois de 29 anos, a Bienal de São Paulo volta a ser realizada em anos ímpares após o adiamento da 34ª edição para setembro de 2021. Com a mudança, o projeto da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto, que iniciou as atividades públicas em fevereiro deste ano, se estenderá até o final do ano que vem. 

Saiba Mais

Em razão do contexto atual de enfrentamento ao novo coronavírus, a mudança foi proposta pela Diretoria Executiva da Fundação Bienal de São Paulo e aprovada, de maneira unânime, pelo Conselho de Administração nesta terça-feira (30/6). Na mesma ocasião, também se deliberou sobre a alteração permanente da realização das Bienais para anos ímpares, de forma que a 35ª edição da mostra acontecerá em 2023. Esta é a segunda vez nos 69 anos de história da Bienal, criada em 1951, que ela é adiada em um ano. 

De acordo com José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação, no princípio houve uma tentativa de realizar a mostra ainda este ano. Tanto que, em março, a organização anunciou algumas mudanças na programação e uma nova data em outubro. Contudo, por questões sanitárias que colocariam em risco trabalhadores e colaboradores e mesmo econômicas, que restringem o turismo doméstico e internacional, "percebemos que não íamos conseguir realizar o objetivo da nossa Bienal que é atingir um grande público nacional e global mostrando arte contemporânea mundial e brasileira", explicou Olympio durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (1/7). 

Projeto curatorial

A alteração impacta diretamente o projeto curatorial da mostra e representa um desafio para a equipe encabeçada pelo curador geral Jacopo Crivelli Visconti. Segundo Visconti, não haverá uma transformação radical da proposta. "A 34ª Bienal foi concebida para se estender no tempo e no espaço lidando com o momento diretamente e de maneira poética. A ideia é pegar as mesmas premissas fundamentais da concepção da proposta inicial para criar algo que mantenha e, ao mesmo tempo, responda ao que está acontecendo. Com certeza, esse um ano a mais para digerir será muito importante", comentou o curador. 

O tempo será fundamental também para a reformulação do planejamento inicial de diálogo entre a Bienal e um conjunto de museus e instituições de arte de São Paulo. Um dos principais eixos curatoriais da 34ª Bienal, o plano formalizava uma rede de parcerias que realizaria exposições individuais dos mesmos artistas exibidos, posteriormente, na coletiva no Pavilhão. Visconti garantiu que essa rede permanece. Contudo, a forma como se desenrolará será negociada individualmente, de acordo com as potencialidades e necessidades de cada instituição. "Como um poema que vai se construindo pouco a pouco", definiu. 

Com relação às temáticas abordadas, elas permanecem. Questões de resistência, de circulação e até de enclausuramento eram discutidas para este ano e seguirão para a mostra do ano que vem. O desafio curatorial, de acordo com Visconti, será fazer com que os trabalhos não soem como respostas imediatistas, mas reverberem de maneiras diferentes.  

Enquanto setembro de 2021 não chega, uma programação intermediária está sendo elaborada, envolvendo ações educativas, digitais e de programação pública. Contudo, como parte das ações realizadas desde o início do período de isolamento social, a Fundação Bienal lançou, em maio, o site da 34ª Bienal e, em junho, a publicação educativa desta edição, Primeiros ensaios

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