Correio Braziliense
postado em 02/07/2020 04:08
As restrições de produção e de aglomeração em decorrência da pandemia não impediram a indústria audiovisual de continuar trabalhando em novos conteúdos. No entanto, a cena adaptou-se e os trabalhos vêm sendo produzidos de forma inovadora Brasil afora. Gravações, que antes contavam com grandes locações e câmeras de alta qualidade, agora foram ressignificadas através das lentes dos smartphones.
É o caso da websérie A quarentena, de Jean Dandrah. A produção está no ar no canal homônimo do YouTube desde o 12 de junho e lança novos episódios todas as sextas-feiras. O projeto surgiu da necessidade do grupo de atores se reinventar durante este período de isolamento. Como suporte de gravação, o grupo conta com celulares, fones de ouvido e ajuda dos familiares no manuseio das câmeras.
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“A gente remete o roteiro via WhatsApp e os atores se comprometem a colocar em prática as diretrizes que são feitas em reuniões on-line. Eles gravam, sobem no drive e eu tenho quer aprovar, olhar as cenas. Se eu não gosto por qualquer motivo técnico ou estrutural de cena, eu sou obrigado a devolver para eles e eles gravam novamente. É difícil e é desafiador, exige paciência de ambas às partes”, conta o idealizador, diretor e roteirista, Jean Dandrah.
“Trabalhar remotamente tem uma dificuldade própria, o contato com os atores e com a direção é algo bem delicado e bem difícil de conceber. Essa é nossa maior dificuldade, não está presente no set é complicado”, completa o diretor.
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O roteiro de A quarentena está em fase de construção, mesmo após o lançamento da obra. “É uma obra aberta e a gente optou por colocar os assuntos de uma forma gradativa, a depender da aceitação, que, por sinal, tem sido muito boa”, pontua. A série gira em torno de temáticas polêmicas, atuais e reflexivas, como sexualidade, automutilação, alcoolismo na terceira idade, histeria e outros conflitos emocionais.
Seguindo a tendência, o serviço de streaming Netflix também apostou em produções caseiras e lançou a coleção de curtas-metragens, Feito em casa. Filmados apenas com equipamentos caseiros, as histórias vão desde diários íntimos da vida dos criadores até contos de ficção de diversos gêneros, mostrando como a quarentena impactou a vida das pessoas em diferentes países.
“É uma coletânea de curtas de cineastas renomados do mundo inteiro. Confinados devido à epidemia de covid-19, eles criaram histórias íntimas e comoventes, que capturam o dia a dia da quarentena. A obra é uma homenagem à arte do cinema e à força da criatividade mesmo em tempos difíceis”, comunica, em nota, a plataforma. O primeiro volume de curtas-metragens da série Feito em casa conta com 17 títulos, de no máximo, 11 minutos.
*Estagiária sob supervisão de Igor Silveira
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