Diversão e Arte

Banda Vela Negra lança, na quarentena, clipe e EP sobre efemeridade da vida

Projeto de doom metal acalentado há mais de 30 anos ganhou impulso com o advento da quarentena

Correio Braziliense
postado em 09/07/2020 21:00
A capa do EP, baseada em pintura do baixista da Vela Negra, dialoga com o conceito das músicas e o contexto da quarentena
A banda brasiliense Vela Negra, de doom metal, lançou no último sábado (4/7) um videoclipe caseiro para a música Cemitério dos vivos, que faz parte de um EP de mesmo nome lançado em 26 junho contendo, ainda, a música Vela Negra. Os lançamentos marcam a concretização de um projeto idealizado há muito tempo, e que, paradoxalmente, encontraram no contexto da pandemia um impulso criativo para consolidar a banda.

“A gente veio daquela fase em que sempre tinha alguma banda que mudava nossa vida. No meu caso, foram algumas bandas punk e, depois, o Black Sabbath. Sempre tive o sonho de fazer uma banda que tivesse aquela simplicidade do punk com aquela sonoridade do Black Sabbath, do macabro, misterioso, desconhecido. Essa aí era a ideia da temática da banda. Eu sei que, para juntar esse pessoal aí, eu demorei quase 30 anos, até achar o pessoal certo. Ano passado que eu consegui juntar essa galera”, conta o baixista e artista plástico Fábio Dourado.
 
 

No final do ano passado, uniram forças, riffs e letras e, para dar um pontapé no projeto, lançaram o primeiro single, em 19 de maio, O inevitável porvir: “Fala das pessoas que estão sempre acumulando as coisas, as chances, os momentos, para um futuro que elas não sabem se vai existir. Guardam riqueza, guardam conhecimento, e ficam guardado para um momento que você não sabe se vai ter. Tanto que, agora, está acontecendo exatamente isso: o pessoal está se reinventando, cada um botando para jogo aquilo que tava guardando para um futuro”, contextualiza o músico.

Quando começou a quarentena, cada qual no seu canto, os músicos se atentaram para o fato de que as letras e conceitos da banda tinham algo a dizer sobre o momento, como no exemplo da primeira música. No home estúdio do vocalista Dai Hou, que produziu as faixas de ponta a ponta, gravaram as duas músicas do EP. Para selar o conceito, usaram como capa do EP uma pintura de Fábio, que também é artista plástico, e mostra uma composição com monumentos de Brasília formando uma caveira. “Ela mostra uma paz de cemitério que tem em Brasília. Uma Brasília deserta”, interpreta.

Para completar o quadro geral que retrata este momento de pandemia, faltava o videoclipe. “A gente resolveu gravar o clipe porque, já que tudo se juntava – a arte da capa, os temas, o nome da banda, tudo conversando dentro de uma atmosfera só — (pensamos) vamos fazer um clipe também com esse momento, nesse estilo quarentena, cada um na sua bolha.”

*Estagiário sob a supervisão de Adriana Izel

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