Diversão e Arte

Eventos tradicionais ganham nova roupagem: de lives a drive-ins

Festivais da cidade serão readequados, em decorrência da pandemia. Formatos de live e drive-in contribuirão para socialização a distância

Correio Braziliense
postado em 22/07/2020 07:28
Barão Vermelho esteve em edição anterior do Porão do Rock

Nos últimos anos, Brasília se destacou como capital dos festivais, que são tradição na cidade e movimentam o setor cultural durante todo o ano. Mais do que eventos com atrações musicais, os festivais consolidam diversos eixos artísticos e englobam programações variadas. No entanto, as medidas de segurança para evitar a covid-19 exige criatividade do setor cultural, um dos mais prejudicados pelas medidas de isolamento e distanciamento social. Assim, os eventos tradicionais do Distrito Federal se reinventaram em um novo formato, que vão desde shows em lives on-line até ao vivo em formato drive-in para dar continuidade aos projetos. Confira a programação dos principais festivais da cidade.

*Estagiária sob supervisão de Igor Silveira


Porão do Rock 
Neste ano, o evento com 22 anos de história chega a 23ª edição nos próximos meses. Desta vez, a organização do evento optou por realizar no formato drive-in e com transmissão por meio de lives. “Faremos o Porão e ele deve acontecer por entre agosto e setembro. Estamos aguardando o processo do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) ser concluído para que possamos produzir o festival”, antecipa Gustavo Sá, um dos idealizadores do evento.
 
 
CoMA 
A Convenção de Música e Arte (CoMA) é, tradicionalmente, realizado no gramado da Funarte. O festival chegaria à quarta edição em 2020, não apenas de shows, mas também de conferências que integram a programação do evento. No entanto, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, a organização optou por não realizar o encontro físico. “A gente está estudando todas as possibilidades, mas, em formato físico, só no ano que vem.  É festival muito grande e tem essa característica de ser ao ar livre. Estamos planejando ações digitais para manter o engajamento do público e continuarmos funcionando como vitrine para as bandas, para os porta-vozes da cultura e para todo o setor. A gente ainda está pensando como fazer isso da melhor maneira”,  analisa Pedro Batista, sócio-diretor da Influenza Produções, uma das realizadoras do festival.

Favela Sounds 
O festival Favela Sounds realiza a quinta edição neste ano. Criado em 2016, o evento busca celebrar a cultura periférica do Brasil e do mundo. No entanto, esta edição está desenhada para ser realizada de forma on-line, em novembro. “Não é interessante colocar o festival na rua na situação em que a gente se encontra porque nós trabalhamos com o público prioritariamente negro, morador da periferia do DF e LGBTQI%2b e, historicamente, esses são os públicos que mais morrem no Brasil em decorrência de processos sistêmicos”, conta Amanda Bittar, diretora do Favela Sounds. O projeto ainda está em fase de captação de recursos.
 
 

Pavilhão Luz
No fim do ano passado, Brasília ganhou mais um festival: o Pavilhão Luz, que uniu música e arte em uma estrutura montada no subsolo do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Neste ano, o projeto ganhou o nome de Festival Luz e tem chance de ocorrer neste ano. “Aqui, a gente passou do tempo de lamentação, apesar de respeitar muito o sentimento de todos aqueles que perderam entes queridos. Entretanto, a gente está pensando na inovação e no novo normal enquanto mercado e entendemos que as plataformas híbridas ditarão os ritmos dos festivais”, destaca Pedro Batista, sócio-diretor da Influenza Produções. “A gente está com a esperança de realizar o festival híbrido, ou seja, físico e digital, seguindo todas as normas e respeitando todas as diretrizes da Organização Mundial da Saúde”, antecipa Pedro.
 
[SAIBAMAIS] 

 
Na Praia 
O projeto Na Praia, realizado anualmente durante os meses de junho e setembro às margens do Lago Paranoá, foi adaptado para um formato híbrido. Intitulado Na Praia Edição Hotel, a sexta edição será realizada no hotel Royal Tulip, com temática inspirada no Havaí, em 25 de julho. Assim, a piscina do complexo será ambientada como uma ilha e o público acompanhará os shows isoladamente das suítes do hotel. Ao todo serão 125 quartos com vista para o palco e para o lago, marca registrada do evento. Além disso, as apresentações serão transmitidas on-line por meio do canal oficial do projeto no YouTube. A atração principal será a dupla sertaneja Jorge & Mateus. “Queremos levar o clima do verão e esse estado de espírito caloroso para o sofá da casa de milhares de pessoas. Nossa proposta é transformar a estrutura do Royal Tulip em uma arena de shows com as varandas representando camarotes exclusivos”, explica Ricardo Emediato, diretor de criação do Na Praia e sócio da R2 Produções

Bocadim 
Criado para celebrar a liberdade LGBTQ no DF, o Bocadim deste ano não será realizado em formato físico. Para isso, a organização optou por realizar um evento virtual. “Sentimos que o formato de lives que começaram a se acentuar em março acabaram tendo uma certa saturação, e também temos uma preocupação com a qualidade de entregas dessas apresentações. Portanto estamos estudando formatos de gravação com diferentes câmeras e também multi-stream (simultâneo em várias redes), além de formatos e ações on-demand e experiências criativas”, ressalta Dayse Hansa, coordenadora geral do Bocadim.  

 
 

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