Correio Braziliense
postado em 26/07/2020 08:05
Desde que Os Simpsons estrearam em 1989, animação deixou de ser coisa só de criança. À famÃlia suburbana liderada por Homer, juntaram-se os Griffins (Family Guy), os Belchers (Bobs Burgers) e, agora, os Harts, em Bless the Harts - Uma FamÃlia Perfeita, com exibição à s terças, à s 23h30, no FOX Premium 2 e no app da Fox para assinantes. "Eu me lembro de ver Os Simpsons pela primeira vez e ficar embasbacado", disse Phil Lord, que é um dos produtores da série, em evento da Associação de CrÃticos de Televisão, em Los Angeles.
"Foi uma amostra de como essa forma de arte era versátil. E não é que não existam mais animações para crianças, mas também há programas para toda a famÃlia. Acho justo dizer que estamos na era de ouro da animação", completou Lord, que produziu o longa Homem-Aranha no Aranhaverso, referindo-se a um cenário que abriga ainda produções como BoJack Horseman, encerrada este ano, Rick and Morty e até o musical Central Park.
Bless the Harts trata de uma famÃlia da classe trabalhadora do sul dos Estados Unidos, mais precisamente da Carolina do Norte. Jenny (Kristen Wiig) é uma mãe solteira que luta para pagar as contas com seu salário de garçonete. Ela mora com a mãe, Betty (Maya Rudolph), que é do tipo sem papas na lÃngua, e a filha adolescente, Violet (Jillian Bell), sarcástica e com uma veia artÃstica forte. Jenny namora o fortão Wayne (Ike Barinholtz), que desafia os clichês e tenta ser uma boa figura paterna para Violet. Outro personagem principal é Jesus Cristo (Kumail Nanjiani), com quem Jenny tem altos papos imaginários.
Em outra série, os Harts seriam apresentados como vulgares, tacanhos e descritos com o termo pejorativo "white trash" ("lixo branco", referindo-se à população de colarinho azul, em geral do sul e Meio-Oeste, com baixa escolaridade e nÃvel de renda). Mas não é o caso de Bless the Harts, que trata seus personagens com carinho, mostrando uma famÃlia amorosa e bem-intencionada, que dá força para Violet mesmo quando seus sonhos parecem ser inatingÃveis. Isso talvez por ter sido inspirada na própria vivência da criadora Emily Spivey, roteirista de programas como Parks and Recreation, a animação King of the Hill e Modern Family e agora a primeira showrunner de uma animação do canal Fox. "Para mim, esse projeto é uma paixão antiga", afirmou. "Cada um dos personagens é alguém que conheci. Até mesmo os avestruzes (Wayne tenta ganhar dinheiro criando aves). Eu cresci com um cara que tinha uma fazenda de avestruzes, e os animais o odiavam. Basicamente, os Harts são gente com quem cresci na pequena High Point, na Carolina do Norte."
A criadora da série também queria que ela fosse vista por toda a famÃlia. "Por isso, a ideia de ter várias gerações: a avó, a mãe, a neta. Temos mulheres em diversas fases da vida, então espero que todo mundo encontre alguma coisa interessante." Em Bless the Harts, ao contrário de Os Simpsons, Family Guy e Bobs Burgers, a protagonista e chefe de famÃlia é uma mulher.
Para Spivey, era importante que Bless the Harts fosse uma série passada no Sul dos Estados Unidos que risse com as pessoas e não delas. "Mesmo quando Wayne parece meio um palhaço, no fim ele se redime porque cuida da famÃlia, e todos se amam."
O tÃtulo faz um trocadilho com a expressão "Bless your heart", que tem significado duplo no Sul do paÃs. "Pode ser um sinal de compaixão", explicou Spivey, sobre a frase que pode ser traduzida como "Que Deus abençoe". Mas nos Estados sulistas, é comum ser utilizada para suavizar uma crÃtica ou para chamar alguém de idiota indiretamente, quase sempre na companhia de um doce sorriso. "Isso que é, o Sul dos Estados Unidos é um lugar muito engraçado. Estou sempre dando risada lá." Ela espera que Bless the Harts faça jus ao verdadeiro espÃrito da região e seja tão autêntica quanto possÃvel.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.