Paula Barbirato*
postado em 08/08/2020 12:06 / atualizado em 20/08/2020 19:34
A celebração de duas décadas de vida não foi como planejada. Diversas atividades programadas tiveram que ser adiadas devido à quarentena. Os encontros do grupo teatral Viva a vida, entretanto, com o uso da tecnologia e de forma virtual, continuam no mesmo dia e período dos presenciais. As reuniões são para leituras de textos, aulas sobre a história do teatro, mas também para manter o vínculo e compartilhar experiências sobre este momento tão novo.
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Formado, em 2000, por pessoas com mais de 55 anos, o intuito do grupo, a princípio, era ir para um festival em Porto, em Portugal, e escolheram Tullio para auxiliá-los na escritura do texto. Apesar de ser encenador, o professor desempenhou papel maior na dramaturgia, escrevendo O aniversário do espelho, uma metáfora sobre o envelhecimento e a história da eterna juventude cobrada pela a sociedade.
Deixar algum legado por meio da arte para gerações mais novas é, de fato, o objetivo do grupo cênico. Assim como todos os elementos culturais, exercício de memória, da locução, da voz existentes nos encontros. O grupo serve como espaço para visibilidade aos idosos, aumento da autoestima e em busca de qualidade de vida, isto é, aceitando o envelhecimento e se tornando produtivo dentro disso.
Teatro durante a pandemia
O modelo virtual e de drive-in apareceram como uma opção de readaptação para atividades culturais. Sobre essas novas formas, Tullio Guimarães comenta que tudo bem “pensar em alternativas, mas não querer mudar o nome”, pontua o professor. “Estão surgindo alternativas, mas que não substituem a linguagem teatral, que é justamente essa troca, não só do artista com o público, mas do público entre si. O ritual de sair de casa e usufruir das mesmas emoções”, complementa.
Segundo o profissional da Dulcina, o teatro é coletivo, que envolve um ritual diferente do que é proposto no formato drive-in, cada um em um carro, onde os atores não podem sentir a temperatura do público e os aplausos são substituídos por buzinas ou piscadas de faróis. “Isso não substitui o aplauso, que é uma coisa calorosa. É humano” afirma o encenador.
*Estagiária sob a supervisão de Roberta Pinheiro
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