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Eu social em cena

Correio Braziliense
postado em 31/01/2020 04:17
Jovens artistas universitários trazem para o palco a realidade marginalizada das garotas de programa em Abatedouro

Abatedouro é teatro, dança e canto que conta a história de duas garotas de programa: Margarida e Verônica. Em cena, a atriz e produtora Júlia Mendonça interpreta uma dançarina de cabaré e Gui Clevitta, também roteirista, dá vida a uma travesti que toma conta do título das meninas. Em apresentação única, nesta sexta-feira, no Jovem de Expressão, em Ceilândia, o grupo de teatro Aguaceiro expõe uma realidade marginalizada pela sociedade.

O trabalho começou a ser desenvolvido dentro da Universidade de Brasília (UnB) pelos jovens estudantes — Ygor Campos, diretor, cenógrafo e roteirista; Shirley Araújo e Octávio Vilaronga, iluminação; e Dani Souza, fotografia; além de Gui e Júlia. Durante seis meses, os integrantes do grupo conversaram e trocaram experiências com garotas de programa de Brasília e do Rio de Janeiro. Sabendo ou não do intuito da conversa, Júlia destaca a generosidade que as mulheres tiverem com os artistas. “Isso foi muito forte e tentamos trazer para o palco esse local de fala delas”, acrescenta a atriz e produtora.

Esta não é a primeira peça do grupo que lança luz para o que não é visto e não é percebido. O grupo de teatro Aguaceiro trabalha, justamente, a partir do eu social e do eu oprimido. “Acreditamos que o fazer artístico pode ser uma revolução política”, justifica. “Queremos mostrar o lado das garotas de programa que não conseguimos enxergar no dia a dia. Trazer a realidade delas, mostrar o que elas vivem, ouvir o lado delas, o que é velado. Contudo, não de uma maneira vitimizada. Mas, revelando a força que elas têm, a visceralidade delas que é apagada pela sociedade”, finaliza Júlia. (RP)

SERVIÇO
Abatedouro

No Jovem de Expressão 
(EQNM 18/20, Praça do Cidadão, Ceilândia Norte). Hoje, às 19h30. Entrada gratuita. 

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