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Injustiças sistemáticas

Acúmulo de condenações sem as devidas provas motivaram a investida firme do advogado Bryan Stevenson contra o sistema predatório da justiça norte-americana. Filme mostra sua jornada e perseverança

Correio Braziliense
postado em 21/02/2020 04:18
Brie Larson, que já ganhou um Oscar e foi a Capitã Marvel nos cinemas, 
tem papel fundamental no drama de tribunal Luta por justiça

 
Quando a lista do Oscar saiu este ano, houve unanimidade diante da nova ausência de candidatos negros ao prêmio — a atriz Cyntia Erivo (de Harriet) foi a única candidata, sem vitória nem grandes surpresas. Um dos estranhamentos recaiu sobre a falta de valorização de Luta por justiça, filme sobre intolerância e preconceito racial assinado por Destin Daniel Cretton (de O castelo de vidro). Prêmio maior do que o Oscar foi recebido, entretanto, pelo ator Jamie Foxx, intérprete de um episódio real de injustiça (e sentenciado à pena de morte): “Quando você vê Jamie interpretando meu cliente, vê a humanidade e a dignidade das pessoas que venho representando nas prisões há décadas”, declarou o advogado Bryan Stevenson, em evento de lançamento britânico do filme. Nas telas, Stevenson é interpretado por Michael B. Jordan (de Pantera Negra).

O enredo traz um ainda o jovem Stevenson que, depois de graduado por Harvard, segue para o Alabama movido pelo desejo de estancar julgamentos sem maiores embasamentos. “O sistema de justiça criminal está isolado de revisões e há uma falta de acesso que criou lacunas no teor de responsabilidade”, observou, ao The New York Times, o advogado Stevenson, fundamental para que o longa chegasse às telonas. Com enredo situado entre 1986 e 1993, o filme teve amparo no livro Just mercy: a story of justice and redemption, best-seller da categoria não ficção escrito há seis anos e, atualmente, na primeira posição dos mais lidos em várias listas da mídia norte-americana. Na empreitada pessoal do advogado, o apoio veio da colega e advogada Eva (Brie Larson, de O quarto de Jack).

Condenado à cadeira elétrica, Walter McMillian (Jamie Foxx) teria assassinado, com requintes de crueldade, uma jovem de 18 anos, estrangulada e cravejada de tiros. Além da pobreza — ele foi estigmatizado, por vir de um assentamento chamado Monroeville, estabelecido por catadores da indústria algodoeira —, McMillian enfrentará Tommy Chapman (Rafe Spall), promotor de justiça indisposto a rever a condenação. Tim Blake Nelson interpreta Ralph Myers, criminoso de depoimento controverso e que reforça a condenação de McMillian. O longa teve produção de Gil Netter (As aventuras de Pi), Asher Goldstein e do próprio Michael B. Jordan.

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