postado em 20/04/2008 14:13
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre neste domingo o segundo dia de agenda em Gana e participa da abertura da XII Reunião da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad). Em seu discurso, o presidente voltou a sustentar que a alta de preços de alimentos não é causada pelos biocombustíveis. E que não há contradição entre essa fonte de energia e segurança alimentar
Pela manhã, Lula visitou a Brasil House, uma casa localizada no bairro onde vive a comunidade Tabom, formada por descendentes de africanos que foram levados ao Brasil como escravos. Lula assistiu a um show de dança típica da região e, em seguida, inaugurou o escritório da Embrapa
Na cerimônia da Embrapa, o presidente brasileiro também defendeu a produção de biodiesel, alvo de um número crescente de críticas. "Acusam o Brasil de querer desmatar a Amazônia. Agora, culpam os biocombustíveis pelo aumento do preço dos alimentos", declarou. "Eu não imaginava que teríamos tantos adversários no mundo desenvolvido quando fizemos a proposta de biodiesel. Afinal de contas, o mundo todo está de acordo que é preciso reduzir o aquecimento do planeta e reduzir a emissão do CO2".
Lula observou que, até agora, países desenvolvidos fizeram muito pouco para cumprir o protocolo. Mesmo assim, exigem dos países pobres o fim do desmatamento. De acordo com ele, o Brasil quer preservar florestas e matas não só pensando na floresta, mas também na biodiversidade. E garantiu que o biocombustível, que ele chamou de "petróleo verde", representa a possibilidade concreta dos países mais pobres conseguirem melhorar sua condição de vida.
No discurso, Lula questionou ainda o fato de países ricos não falarem mal do preço do petróleo que implica no preço do alimento. "Nós não estamos querendo brigar com ninguém. Estamos dizendo ao mundo que nós, países emergentes, temos a solução que vocês tanto discutem na academia".
O presidente criticou também a manutenção do subsídio dos países desenvolvidos. Para ele, o ideal seria que esses países abrissem mão desse mecanismo de proteção e facilitassem a entrada de produtos agrícolas de países pobres.