Economia

Lula não admite "meia-conversa" sobre biocombustíveis e preço de alimentos

;A polêmica vai acontecer porque o Brasil não é mais coadjuvante;, disse em seu programa de rádio, Café com o Presidente.

postado em 21/04/2008 09:58
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a rebater, nesta segunda-feira (21/04), as críticas de que a produção de biocombustíveis reduz a área plantada de alimentos e causa alta nos preços dos produtos. Ele afirmou que não vai aceitar ;meia-conversa; sobre o assunto. "Nós não aceitamos que haja meia conversa sobre a questão do aumento dos alimentos;, disse hoje em seu programa de rádio, Café com o Presidente. ;A polêmica vai acontecer porque o Brasil não é mais coadjuvante. Ou seja, o Brasil é o maior exportador de café, o maior exportador de soja, o maior exportador de suco de laranja, o maior exportador de açúcar, o maior exportador de carne e, agora, o Brasil é um dos maiores exportadores de minério e agora o Brasil está exportando etanol;. Lula participa na África de vários eventos, entre eles da inauguração da sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Gana, o que vai permitir, segundo o presidente, que se produza o mesmo efeito na agricultura no continente africano que se produz no Brasil. ;Todo mundo sabe que a Embrapa fez a revolução na agricultura brasileira e nós estamos convencidos da que a Embrapa pode ajudar vários países africanos a deixarem de ser tão pobres, a terem uma agricultura competitiva;, comentou. No programa, Lula também destacou a sua participação na Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), onde falou, entre outros assuntos, sobre a necessidade de aumentar a produção de alimentos e, segundo ele, ;não ficar culpando os biocombustíveis pelo encarecimento do alimento;. ;O dado concreto é que nós temos 854 milhões de homens e mulheres e crianças que dormem com fome todo santo dia;, afirmou. No evento, Lula também tratou da Rodada de Doha, acordo da Organização Mundial do Comércio para que os subsídios agrícolas dos países desenvolvidos sejam reduzidos, o que dará condições para que os países pobres aumentem suas exportações em possam competir mais igualitariamente. ;Do jeito que está hoje, com o forte subsídio dos Estados Unidos e da União Européia aos seus agricultores, obviamente que fica difícil os países pobres vender algum alimento;. Lula retorna hoje ao Brasil. Antes, participará de painel da Unctad, de encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e de reunião com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação