Economia

Mercado de trabalho não absorve deficientes, aponta estudo

Apesar da legislação que define cotas para deficientes físicos, contratações nos setores público e privado não absorvem mão-de-obra

postado em 23/04/2008 21:19
Mesmo com o sistema de cotas para pessoas com deficiência física que garante 20% das vagas em concursos públicos e percentual que varia de 2% a 5% dos cargos de empresas privadas com mais de cem funcionários, as contratações nos setores público e privado não são suficientes para absorver a mão-de-obra dos deficientes. Das 752.326 vagas reservadas para essas pessoas, só 13,3% estão preenchidas. A conclusão é do diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Carlos Aparício Clemente, que escreveu obra sobre o assunto, a sexta de sua autoria referente a levantamentos sobre portadores de deficiência. O livro, que tem o título Trabalho Decente para Pessoa com Deficiência Leis, Mitos e Práticas de Inclusão, será lançado amanhã (24), na VII Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (Reatech), no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Hoje (23), em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Clemente disse que o país desconhece o potencial das quase 17 milhões dos deficientes que têm idade para trabalhar. Elas tem dificuldades de ocupar vagas no mercado de trabalho por puro preconceito. A partir dessa conclusão, fiz um levantamento de toda legislação internacional e brasileira. Concluí também que essas pessoas são tão capazes quanto as demais, afirmou. O livro aponta que a Região Centro-Oeste registra o pior número de contratação, apenas 12,4% das 66.723 vagas reservadas. Já a cidade de São Paulo registrou, em dezembro do ano passado, 79 479 contratações, o que atingiu 37,3% do que é determinado por lei. Clemente citou o exemplo da cidade de Itu, no interior de São Paulo, onde a escola profissionalizante do Serviço Nacional de Aprendizagem Indústrial (Senai), tem em seus quadros professores portadores de deficiência física, que capacitam alunos que também são deficientes. A unidade é referência no Brasil, devido suas atividades de inclusão e capacitação de portadores de deficiências, disse. O livro estará disponível gratuitamente em formato de áudio e vídeo. Haverá também uma versão em braile. Para os exemplares impressos, a idéia é vendê-los a preços populares. "Minha idéia é que os livros saiam a preço de custo, observou o autor.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação