postado em 24/04/2008 17:11
A cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de renda fixa, medida adotada no mês passado para conter a entrada de capital especulativo no país, não diminuiu o apetite dos investidores estrangeiros por títulos públicos. A afirmação é do coordenador de Operações da Dívida Pública, Guilherme Pedras. ;A percepção que temos, levando em conta os últimos leilões e as conversas com o mercado, é de que a medida felizmente não afetou a demanda dos investidores estrangeiros por títulos;, disse Pedras nesta quinta-feira (24/04).
Segundo o coordenador, a intenção da medida era reduzir a entrada de capital de curto prazo em aplicações na renda fixa a fim de recuperar as cotações do dólar. ;Os investidores estrangeiros típicos em títulos apostam no longo prazo e estão de olho mais nas perspectivas futuras da economia brasileira. Para eles, não faz muita diferença um pequeno aumento do custo, que é diluído ao longo do tempo;, disse. Em janeiro, os estrangeiros detinham 4,96% do total da dívida em papéis, volume que aumentou para 5,68% em fevereiro ; os números de março ainda não estão disponíveis.
O Tesouro Nacional é contrário à idéia de parte da equipe econômica de elevar o IOF, hoje em 1,5%, para reforçar a medida adotada no mês passado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já negou que o governo vá aumentar a alíquota do imposto. Até agora, o Banco Central (BC) não fez um balanço sobre o que ocorreu com a entrada de capital de curto prazo depois da cobrança do tributo.