Economia

FMI pede suspensão de controle a exportações de alimentos

;

postado em 24/04/2008 18:48
O FMI (Fundo Monetário Internacional) pediu hoje que sejam suspensos os controles à exportação de alimentos, como os que a Argentina mantém, dada a crise desencadeada no mundo pelo aumento do preço de produtos básicos. "Pedimos a nossos membros que exportam alimentos que evitem causar transtornos nos mercados mundiais, como mediante as restrições à exportação de alimentos, e que mantenham os incentivos para a produção nacional", disse em entrevista coletiva o porta-voz do órgão multilateral de crédito, Masood Ahmed. Apesar de o funcionário não ter citado nenhum país especificamente, Argentina, China e Vietnã são algumas das nações conhecidas por aplicarem essas restrições, segundo o PMA (Programa Mundial de Alimentos), mantido pela ONU. O Brasil também anunciou a suspensão de exportação de arroz dos estoques públicos, mas não dos privados. Na semana passada, em Washington, a diretora-executiva do PMA, Josette Sheeran, criticou os controles porque estes podem desestimular novos plantios e agravar a crise no resto do mundo. De modo geral, as restrições às exportações têm feito o preço de produtos básicos, como o trigo, o arroz e o milho, dispararem no mercado internacional. Segundo Ahmed, por causa dessa situação, dez países, a maioria deles da África, já pediram que o FMI aumente os empréstimos que costuma conceder no âmbito dos acordos conjuntos de crédito para que, assim, possam responder à alta dos preços. Entre essas nações estão Mali, Madagascar e Camarões, disse o porta-voz. O funcionário também afirmou que o FMI já está analisando o pedido e "atuará rapidamente" nos países em que a medida for justificada. Na opinião da entidade, os governos devem responder à crise aumentando a ajuda aos mais pobres, que são os que mais sofrem com o encarecimento dos alimentos. Ahmed declarou ainda que uma redução temporária dos impostos sobre esses produtos também pode ser necessária.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação