postado em 24/04/2008 19:52
A greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que já dura 38 dias, vai continuar pelo menos até a próxima quarta-feira (30), quando a categoria realiza em todo o país assembléias deliberativas para avaliar os rumos do movimento.
As negociações entre os auditores e o governo se alongaram durante o dia e chegou-se a um meio termo sobre o item mais polêmico da pauta, a implantação do Sistema de Desenvolvimento da Carreira (Sidec).
O governo concordou em incluir, na avaliação para efeito de progressão na carreira, o fator antigüidade, considerado no plano atual e que ficou de fora na proposta inicial apresentada pelo Ministério do Planejamento sobre o Sidec.
No plano de carreira em vigor, além da antigüidade, o outro fator considerado é o mérito. Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco), na proposta inicial do governo, um auditor só chegaria ao último nível da carreira em 42 anos de trabalho.
Agora, com a contraproposta do governo feita hoje (24), mérito e antigüidade continuam no novo plano, o Sidec. Segundo o Unafisco, o peso que os dois fatores terão na avaliação dos servidores ainda será discutido entre governo e auditores.
Amanhã (25), a categoria se reúne para começar a discutir a contraproposta, apresentada pelo secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva. Tanto a proposta de revisão do Sidec, quanto a do reajuste salarial, ainda serão analisadas na assembléia desta sexta-feira, mas o Ministério do Planejamento avisou que só volta a negociar se os auditores suspenderem a greve.
De acordo com a assessoria de imprensa da Federação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Fenafisp), entidade que também participou das negociações de hoje, a proposta de reajuste salarial feita pelo governo é de 40% e 43%, dependendo da faixa salarial. O teto, por exemplo, chegaria a R$ 19 mil.
Ainda segundo a Fenafisp, o cronograma de implementação do reajuste e a correção de diferenças salariais entre funcionários que exercem a mesma função ficaram sem solução porque o governo alegou que não pode negociar esses pontos no momento.
Ainda na parte da manhã, quando a negociação ainda não havia chegado ao fim, o presidente da Fenafisp, Lupércio Montenegro, reclamou da demora do governo em discutir o Sidec. Ao longo do dia, cerca de 200 auditores fiscais do trabalho e da Receita permaneceram em frente ao Ministério do Planejamento esperando uma solução.
Para a presidente do Sindicato Nacional dos Auditores do Trabalho (Sinait), Rosa Maria Campos Jorge, a paciência da categoria já está no limite. Queremos voltar ao trabalho, mas estamos nos sentindo desprestigiados, nosso trabalho é muito importante. Queremos o reconhecimento devido, disse.