postado em 28/04/2008 18:09
A inadimplência das empresas caiu 2,5% no primeiro trimestre de 2008 em comparação com o mesmo período do ano passado. O dado foi divulgado nesta segunda-feira (28/04) pela Centralização dos Serviços Bancários S/A (Serasa), e é considerado atípico. Janeiro, fevereiro e março são meses em que as empresas estão se recuperando das despesas de final de ano - como pagamento de 13º salário - e gastando com reposição de seus estoques, desfalcados com as compras de Natal. É natural, portanto, a inadimplência subir: entre 2006 e 2007, houve alta de 2,6% nos três meses iniciais do ano. Em 2008, entretanto, fatores como o crescimento da economia - PIB subiu 5,4% - e facilidades de crédito aqueceram o comércio e proporcionaram uma recuperação mais rápida.
;Como o consumidor, a empresa tem despesas maiores no início do ano e é normal ser registrado aumento na inadimplência. No primeiro bimestre de 2008, inclusive, o índice cresceu para pessoas jurídicas em relação a 2007. Só que, com a economia aquecida, tivemos essa queda agora em março, quando o natural seria as empresas se recuperarem só daqui a alguns meses;, explica Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa.
De acordo com Almeida, no primeiro trimestre deste ano houve aumento de 11,7% nas vendas do comércio em geral, segundo o Indicador Serasa de Nível de Atividade Econômica. Ele diz, no entanto, que é cedo para comemorar os dados. Está havendo um melhor desempenho nas vendas e isso faz bem ao fluxo de caixa das empresas, mas o consumidor está se endividando mais. Prova é que a inadimplência da pessoa física cresceu 6,5% nos três primeiros meses deste ano com relação a período idêntico do ano passado.
;Ainda não houve tempo disso (endividamento do consumidor) bater nos caixas das empresas, mas vai bater. As pessoas compraram com prazos longos aproveitando o crédito oferecido, e gastaram muito em todos os últimos feriados. As vendas de ovos de Páscoa foram muito bem, as de veículos automotores, idem. Além de ter se endividado, o consumidor tem despesas altas de início de ano, IPVA, todos os impostos. É preciso acompanhar tudo isso, porque tende a crescer a inadimplência e isso vai ser sentido;, conclui Carlos Henrique de Almeida.