postado em 28/04/2008 18:49
O Fundo da Marinha Mercante (FMM), considerado um dos principais instrumentos da política de fomento da indústria naval brasileira, celebra nesta segunda (28/04) 50 anos de criação, com uma previsão de recursos de R$ 2,1 bilhões para este ano. O FMM foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e prevê investir R$ 10,6 bilhões em projetos da indústria naval até 2010.
A diretora do Departamento do Fundo da Marinha Mercante, Débora Teixeira, disse que os recursos do fundo são destinados à construção de navios e estaleiros, reparo, ampliação de embarcações para aumento da capacidade (jumborização) e modernização de estaleiro. Ela estima que, nesse período até 2010, 311 embarcações passarão por essas diversas fases. O departamento dirigido por ela é vinculado à Secretaria de Fomento a Ações em Transporte do Ministério dos Transportes.
O FMM tem atualmente 269 projetos em carteira para financiamento. Desse total, 42 obras já estão contratadas, aguardando documentação para serem iniciadas, outros 157 projetos se encontram em análise, 36 estão em construção e 34 já foram entregues. O Brasil possui hoje dois pólos significativos de construção naval, nos estados do Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Até 2006, os recursos do FMM eram sub-utilizados em razão da falta de demanda, recordou Débora Teixeira. "Hoje, graças ao desenvolvimento econômico do país, o quadro mudou. A demanda está aquecida. O mercado reaqueceu após 2006. Hoje, nós já temos encomendas para apoio a plataformas, que são chamadas embarcações ;offshore;, e também obras para aumentar a oferta na cabotagem. Então é para isso que a diretriz de governo, de fomentar o setor, está acontecendo;, disse.
Débora Teixeira afirmou que a expansão da indústria naval beneficia toda a cadeia produtiva do setor. ;Eu não preciso mais só importar equipamento. Eu começo a desenvolver ;know-how; [experiência] nacional;, destacou. Em termos de emprego, Teixeira avaliou que o número de trabalhadores do setor dobrou no país. Os números estão sendo fechados em função do PAC. A diretora indicou, inclusive, que há carência de mão-de-obra especializada no setor.
Os recursos do fundo são repassados à indústria naval por quatro agentes financeiros: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Nordeste (BNB). Com o Banco da Amazônia, Débora Teixeira disse que não foi feita ainda nenhuma operação.
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, comemora os 50 anos do Fundo da Marinha Mercante esta noite, no Iate Clube do Rio de Janeiro, com a entrega da Medalha do Mérito Mauá a instituições e personalidades que contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da logística de transportes no Brasil, com ênfase para o setor naval.